Estudo da UFF investiga prática da automutilação por adolescentes

Ao notar marcas decorrentes da automutilação em seus filhos, pais não devem minimizá-las ou considerá-las uma tentativa de chamar atenção sem relevância. Atos dessa natureza podem estar ligados a questões psicológicas tão sérias que, se não tratadas adequadamente, evoluem para situações ainda mais complexas. Daí a importância de recorrer à ajuda profissional em busca de intervenções mais eficazes e que possam frear os impactos negativos dessa prática. As considerações estão no Estudo sobre a Estruturação do Ego e da Personalidade de Adolescentes que se Automutilam, coordenado por Antônio Augusto Pinto Junior, doutor em psicologia clínica e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). Trata-se de uma pesquisa desenvolvida com o intuito de entender quais aspectos emocionais e afetivos estão relacionados a essa prática. O projeto se originou a partir da procura por parte de educadores das escolas municipais de Volta Redonda, no sul fluminense, com a queixa de que alguns de seus alunos estavam se autolesionando. Segundo o especialista, foi elaborada uma metodologia visando compreender esse fenômeno, que vem atingindo muitos adolescentes e pré-adolescentes no município. Pesquisa As escolas do município indicaram para a pesquisa 80 jovens entre 10 e 16 anos, sendo que 61 deles contemplaram todos os procedimentos e compuseram a amostra. Por meio de testes psicológicos e entrevistas clínicas, foram identificadas características de personalidade dos adolescentes e traçado o perfil do jovem que usa a autolesão para lidar com o sofrimento. “O resultado dessa pesquisa demanda ações, projetos de intervenção, de escuta e de acolhimento a esses jovens que manifestam este tipo de transtorno”, disse Antônio Augusto. Além disso, outro resultado da pesquisa se refere aos instrumentos utilizados: foram detectados principalmente objetos cortantes como gilete, apontador e estilete. E as partes do corpo escolhidas são, na sua maioria, braços, mãos ou pulsos. “Os pais devem observar alguns comportamentos como usar constantemente roupas de manga comprida, mesmo no verão. Eles se automutilam, mas escondem os cortes”, diz o pesquisador. Ele ressalta que também é importante observar a presença de objetos cortantes principalmente quando os jovens estão muito isolados. Em 2020, o Ministério da Saúde lançou uma cartilha sobre o tema em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com a Associação Brasileira de Psiquiatria. Voltado para jovens entre 15 e 18 anos, o material reuniu informações, sinais de alerta, prevenção, medidas de proteção, canais de ajuda, etc. “A automutilação, também chamada de autoagressão ou autolesão, refere-se ao dano a uma parte do corpo do próprio indivíduo, realizado de forma consciente (não acidental) e sem intenção de morrer, com métodos que não são aceitos socialmente. Tatuagens, piercing, brincos ou outras formas de marcar o corpo para rituais tribais ou para exibição pública não são considerados automutilação. O objetivo mais comum na automutilação é aliviar uma dor emocional intensa. O que a pessoa deseja é reduzir a angústia, mesmo que por um curto período. Ao se machucar, a pessoa que se automutila percebe a dor emocional sendo ofuscada pela dor física, dando uma impressão de alívio momentâneo”, registra a cartilha. Motivação Em 83% dos casos analisados na pesquisa da UFF, a motivação por trás do comportamento que levou à prática da autolesão parece estar relacionada com conflitos familiares não resolvidos, como violência conjugal e violência de vitimização. Entre as modalidades de vitimização, estão o abuso físico e sexual, a violência psicológica e também a negligência dos responsáveis. Segundo apurou a pesquisa, essa negligência está diretamente relacionada ao percentual de jovens que não foi encaminhado a nenhum serviço de cuidado da saúde mental, que passa dos 50%. O estudo revela ainda que a autolesão está associada a uma personalidade do tipo depressiva, o que deixa o alerta para possíveis riscos maiores. Segundo o pesquisador, ela pode ser uma porta de entrada para os comportamentos ou práticas suicidas, se não houver nenhum cuidado com a saúde mental. Antônio Augusto destaca que, na maioria dos casos, quem diagnosticou ou identificou a prática da autolesão foi um professor e não os pais. A pesquisa sugere que os profissionais da educação recebam capacitação, treinamento e formação para a identificação precoce de várias modalidades de sofrimento psíquico na infância e na adolescência. A partir dos resultados alcançados, o estudo deve se desdobrar em projetos conjuntos com as escolas que encaminharam os adolescentes para que sejam desenvolvidas iniciativas voltadas à prevenção e ao combate à prática da automutilação. A iniciativa deve envolver também uma abordagem em torno da prevenção da violência doméstica. “Esses projetos visam abrir um espaço de escuta, para que eles sejam acolhidos. E, a partir desse acolhimento, eles possam, juntamente com o terapeuta, compreender, dar significado e ressignificar essa experiência traumática”, conclui o professor. *Estagiário sob supervisão de Léo Rodrigues // Colaborou Solimar Luz, repórter da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Fonte

Atenção primária poderá oferecer consultas com especialistas

O Ministério da Saúde anunciou R$ 870 milhões de repasse a estados e municípios para o custeio de novas especialidades na atenção básica à saúde – incluindo cardiologistas, dermatologistas, endocrinologistas, infectologistas e homeopatas. As equipes, atualmente, são compostas por nutricionistas, fisioterapeutas, pediatras, psicólogos, ginecologistas e farmacêuticos. A portaria foi publicada nesta segunda-feira (22) no Diário Oficial da União. De acordo com o ministério, com a reconstrução e reformulação da estratégia, agora chamada de eMulti, a expectativa é que 4 mil equipes multiprofissionais voltem a se organizar e prestar esse atendimento em todo país. Para o ministério, a retomada das equipes multiprofissionais é fundamental para assegurar o cuidado integral, aumentando a resolutividade na atenção primária por meio de atendimentos especializados em unidades básicas de saúde (UBS). “Muitos municípios, mesmo com a desestruturação dessa estratégia no último governo, mantiveram as equipes multiprofissionais funcionando. Agora, com a retomada do investimento, essas equipes poderão ser reorganizadas.” A portaria estabelece diretrizes para custeio e implantação das equipes que serão classificadas em três modalidades, de acordo com a carga horária, vinculação e composição profissional. Os repasses mensais do governo federal para custeio dessas equipes variam entre R$ 12 mil e R$ 36 mil, podendo mudar de acordo com indicadores de desempenho de cada localidade. Confira a lista de profissionais que poderão ser incluídos nas equipes: arte educador; assistente social; farmacêutico clínico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; médico acupunturista; cardiologista; dermatologista; endocrinologista; geriatra; ginecologista/obstetra; hansenologista; homeopata; infectologista; pediatra; psiquiatra; veterinário; nutricionista; profissional de educação física na saúde; psicólogo; sanitarista; e terapeuta ocupacional. Fonte

Fila para transplante de córnea no Brasil quase dobra em cinco anos

A fila de espera por um transplante de córnea no Brasil praticamente dobrou ao longo dos últimos cinco anos, passando de 12.212 em 2019 para 23.946 atualmente. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta que o volume de procedimentos não retomou os níveis pré-pandemia de covid-19 – o total de intervenções realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022 é menor do que o que era executado no início da década passada.  Os dados constam no Observatório CBO, plataforma criada pela entidade de acesso público e gratuito, que agrupa informações sobre consultas, exames, cirurgias e transplantes realizados. De acordo com o levantamento, o número de transplantes de córnea no SUS recuou ao patamar do que era executado em 2013. Em 2020, auge da pandemia, a série histórica registrou o seu pior desempenho na década: 4.374 cirurgias.  Regiões Os números mostram que, entre 2012 e 2022, a rede pública realizou cerca de 86 mil transplantes de córnea no Brasil. As cirurgias estão concentradas no Sudeste, que responde por 46% do total de procedimentos. Na sequência, aparecem Nordeste, com 25%; Sul (13%); Centro-Oeste (9%); e Norte (5%). Estados O estado de São Paulo contabiliza nove unidades de transplante e responde por um terço das cirurgias desse tipo no período analisado: 29,9 mil intervenções entre 2012 e 2022. Nas posições subsequentes aparecem Pernambuco (5.770), Minas Gerais (5.696), Paraná (4.946) e Ceará (4.727).Na outra extremidade do ranking estão Tocantins (145), Acre (237), Rondônia (569), Alagoas (625) e Paraíba (1.115). Em todo o país, 24 estados possuem pelo menos um banco de tecidos oculares na rede pública, exceto Acre, Amapá e Roraima.  Perfil Ainda de acordo com o levantamento, o volume de transplantes no Brasil é dividido praticamente ao meio entre homens (50,7%) e mulheres (49,3%). Porém, nas regiões geográficas, essa proporcionalidade muda. Os homens são maioria entre os beneficiados no Norte (59%), Centro-Oeste (56%), Sul (53%) e Nordeste (51%). Apenas no Sudeste, a população feminina apresenta percentual ligeiramente maior, com 51% dos casos.  Outro ponto destacado é o volume significativo de intervenções nas faixas etárias de 40 a 69 anos (39,2%) e de 20 a 39 anos (27%) o que, para o CBO, demonstra o valor social desse tipo de procedimentos. Outros grupos também são favorecidos, como idosos com mais de 70 anos (25% dos casos) e crianças e adolescentes (8,4%). Espera Números do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) revelam que, atualmente, há 24.319 pacientes à espera de algum procedimento nas córneas. Em 2020, esse total já era de 16.337 e, em 2021, de 20.134. Os dados se referem a atendimentos feitos no SUS e nas redes privada e suplementar. O tempo de espera por um transplante de córnea, segundo o CBO, é de 13,2 meses, em média. O índice, entretanto, varia de acordo com o estado: no Pará, 26,2 meses; no Maranhão, 22,6; no Rio de Janeiro, 21,4; no Rio Grande do Norte, 18,4; e em Alagoas, 17,7.  Por outro lado, a demora registrada é menor no Ceará (1,2 mês), no Amazonas (2,2), em Santa Catarina (4,9), no Mato Grosso (6,1) e no Paraná (6,5). Para o CBO, o volume de transplantes e a celeridade no atendimento das demandas está diretamente vinculada à existência de uma rede ativa de captação de córneas em cada localidade. A Agência Brasil pediu posicionamento do Ministério da Saúde sobre o tema e aguarda resposta. Fonte

Planos são obrigados a oferecer dois novos tratamentos contra câncer

Os planos de saúde terão que garantir a cobertura de dois novos tratamentos contra o câncer no país. A decisão foi tomada pela Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em reunião no dia 2 de maio deste ano. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União uma semana depois.   A atualização da lista de coberturas obrigatórias, a segunda realizada neste ano, determina a cobertura, pelos planos, de um tratamento contra o câncer de ovário (olaparibe em combinação com bevacizumabe) e contra o câncer de próstata metastático (darolutamida em combinação com docetaxel).  A resolução da ANS também prevê cobertura para o teste genérico de deficiência de recombinação homóloga, usado para diagnosticar as pacientes elegíveis ao tratamento com a associação olaparibe e bevacizumabe.  Em fevereiro deste ano, a ANS já havia determinado a incorporação de quatro tratamentos ao rol de procedimentos obrigatórios: onasemnogeno abeparvoveque (para bebês com atrofia muscular espinhal), dupilumabe (para adultos com dermatite atópica grave), zanubrutinibe (para adultos com linfoma de células do manto) e romosozumabe (para mulheres idosas com osteoporose na pós-menopausa).  Fonte

Feira em São Paulo debate saúde digital no SUS

Em sua 28ª edição, a Feira Hospitalar, um dos principais eventos do setor no país, coloca em debate, a partir desta terça-feira (23), o potencial de transformação das plataformas digitais no serviço de saúde nacional. Realizado na capital paulista até a próxima sexta-feira (26), o evento espera receber cerca de 50 mil profissionais da área em seus congressos, fóruns, arenas, cursos e exposições. Entre os temas de destaque estão Plataformas Digitais Facilitando o Sistema Único de Saúde (SUS) a Dar Saltos de Acesso na Saúde Populacional; Saúde Digital: Novos Horizontes para o SUS; Por que os Sistemas Públicos de Saúde Serão Intrinsecamente Dependentes de Conectividade?; e Prós e Contras da Inclusão da Atenção Domiciliar no Rol de Procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS). Hoje, às 14h15, o diretor do Departamento de Saúde Digital e Inovação do Ministério da Saúde falará, na Arena Reabilitação, sobre os impactos do processo digital no SUS: a experiência das unidades de cuidados intensivos e conectados. Às 15h30 terá vez o painel Abastecendo a Cadeia Nacional de Saúde com Biotecnologia, Inovação, Segurança e Eficácia, com a participação do gerente-geral de Tecnologia de Produtos para Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Augusto Geyer;  do coordenador-geral de Metrologia em Biologia do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Marcelo Medeiros; e do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marco Aurélio Krieger. Às 17h, ocorrerá a oficina Projeto ImunizaSUS: A Perspectiva Tecnológica do Setor Produtivo de Imunizantes para os Desafios do Programa Nacional de Imunizações, com a participação do diretor de Imunização e Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Eder Gatti. Realizada no São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes, a Hospitalar terá quatro congressos:  o Internacional de Serviços de Saúde (CISS), o H&F, de Hotelaria e Facilities, o HIMSS@Hospitalar Fórum 2023 e o Congresso de Atenção Domiciliar e Cuidados de Transição (CAD).  Paralelamente, haverá sete arenas de debate gratuitas: atenção domiciliar e cuidados de transição, engenharia clínica e distribuidores e tecnologia. A programação completa do evento pode ser consultada aqui. Fonte

Gripe aviária leva Brasil a decretar emergência zoossanitária

O Ministério da Agricultura e Pecuária declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional em função de casos de gripe aviária detectados em aves silvestres. A portaria, assinada pelo ministro Carlos Fávaro, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite dessa segunda-feira (22) e tem validade de 180 dias.  A medida, de acordo com a pasta, tem como objetivo evitar que a doença chegue à produção de aves de subsistência e comercial, além de preservar a fauna e a saúde humana. Ainda segundo o ministério, a declaração de estado de emergência zoossanitária possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais nas três instâncias e não governamentais.  Fonte

Tony Medeiros sofre princípio de infarto na manhã desta segunda (22), em Manaus.

O cantor Tony Medeiros, ex-amo do Boi Garantido, sofreu um princípio de infarto na manhã desta segunda (22), em Manaus. Segundo informações, Tony Medeiros teria passado mal após participar de uma festa de aniversário nesse final de semana. Tony foi levado para o pronto-socorro, recebeu o atendimento necessário e seu estado de saúde é estável. Após exames cardiológicos, foi detectado alterações em enzimas do coração. A família do cantor ainda não se posicionou sobre o caso.

Desafio da Previdência é reduzir fila da perícia, diz Carlos Lupi

O maior desafio da Previdência Social é reduzir a fila da perícia médica: de 1,8 milhão de pessoas que aguardam atendimento do INSS, mais de 1 milhão esperam pela perícia. A declaração é do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, em entrevista ao programa Voz do Brasil desta segunda-feira (22). Lupi destacou que estão em curso mutirões para diminuir o tempo de espera, principalmente em locais remotos. “Nós temos hoje cerca de 3 mil peritos para cuidar do Brasil inteiro. E o que acontece? No interior do Brasil é difícil o acesso. Você vai, por exemplo, de João Pessoa até Campina Grande, é fácil, mas no interior da Paraíba é mais difícil. A mesma coisa no Rio Grande do Norte. Imagina na Amazônia, onde você só tem acesso a alguns municípios de barco. Então nós estamos começando a fazer um mutirão, no qual nós vamos pegar um grupo – e isso já está acontecendo – de médicos peritos para irem, principalmente, aos locais mais distantes onde as pessoas precisam.” Ouça na Radioagência Nacional Além disso, no próximo mês, o Ministério da Previdência pretende concluir um convênio com o Ministério da Saúde para informatizar os atestados médicos para fins de licenças de saúde. De acordo com Lupi, 30% desses documentos chegam ilegíveis ao INSS. “Olha só que coisa absurda, mas eu tenho que falar: 30% das pessoas que recebem um atestado médico para tirar a licença saúde, o setor administrativo não consegue ler [o atestado], porque a letra de médico, com todo respeito, é uma letra com alguma dificuldade [de leitura]. Então, o que acontece? O Ministério da Saúde vai colocar isso no computador e vai ficar informatizado o atestado. Então eu não vou precisar de ninguém para interpretar. Já está ali uma validade imediata.” Outra medida que deve ser tomada para reduzir a fila da perícia médica é o uso da telemedicina. Segundo o ministro da Previdência, o atendimento online será destinado para alguns casos e já entra em vigor no segundo semestre deste ano. “Alguém precisa fazer uma pessoa andar 400, 500 quilômetros, para mostrar que está com problema na perna, que não pode andar, que está paraplégica, que está cega? Será que usando um celular, uma imagem de computador não dá pra ver e atestar isso? Na hora que tiver dúvida, aí sim precisa ir para a perícia [presencial].” Em fevereiro, quando anunciou a realização de mutirões para reduzir fila da perícia médica, o ministro Carlos Lupi destacou que o atendimento se daria com prioridade aos estados que concentram as maiores filas de beneficiários: Bahia, Ceará e Pernambuco. Fonte

Butantan começa a desenvolver vacina contra gripe aviária

O Instituto Butantan, em São Paulo, começou a desenvolver uma vacina contra a gripe aviária. Segundo o instituto, os testes estão sendo realizados com cepas vacinais que foram cedidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o primeiro lote já está pronto para o início dos testes pré-clínicos, ou seja, testes em laboratório. O Butantan informou que a vacina começou a ser desenvolvida devido à preocupação de que ela possa se tornar uma nova pandemia. “A gripe aviária tem o potencial de causar nova pandemia, daí a mobilização da instituição, que se iniciou em janeiro deste ano”, disse o instituto, em nota. O processo de desenvolvimento de uma vacina é demorado e feito em diversas etapas. Após o estágio da realização dos testes pré-clínicos, que vão demonstrar a segurança e o potencial da vacina, são realizados os testes clínicos em humanos, que é a etapa mais longa. Na fase clínica, que necessita de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser realizada, são analisadas a segurança, a eficiência e a eficácia da vacina. Caso a vacina tenha um bom desempenho na fase clínica, ela é submetida a um registro pela Anvisa e só então poderá ser aplicada na população. A influenza aviária (H1N5), também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa. A transmissão da doença ocorre pelo contato com aves doentes, vivas ou mortas. O vírus não infecta humanos com facilidade, mas o aumento de casos recentemente deixou as autoridades sanitárias do mundo todo em alerta. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), as infecções deste vírus em humanos têm sido pouco frequentes. Mas sempre que o vírus da gripe aviária circula entre as aves, como alertou o Ministério da Agricultura do Brasil na semana passada, quando confirmou os primeiros casos de gripe aviária em animais no país, há um risco de casos humanos esporádicos. Em humanos, a gripe aviária pode ser grave, com alta taxa de mortalidade. Ainda segundo o Ministério da Saúde, a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada, ou seja, por enquanto, o vírus não se espalha facilmente de pessoa para pessoa. Neste final de semana, o Ministério da Saúde descartou a suspeita de gripe aviária que teria acometido um funcionário do Parque da Fazendinha, no Espírito Santo. No local, foi encontrada uma ave com a doença. Fonte

Mais Médicos lança edital com 5.970 vagas

A partir da próxima sexta-feira (26), o Programa Mais Médicos abre inscrições com prioridade para profissionais brasileiros formados no país. O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (22) edital com 5.970 vagas distribuídas em 1.994 municípios em todas as regiões do país. Também poderão participar brasileiros formados no exterior ou estrangeiros, que continuarão atuando com Registro do Ministério da Saúde (RMS) em vagas não ocupadas por médicos com registro no país. As inscrições seguem abertas até 31 de maio e a previsão, segundo a pasta, é que os profissionais comecem a atuar nos municípios no fim de junho. Para se inscrever, basta acessar o Sistema de Gerenciamento de Programas entre os dias 26 e 31 de maio pelo endereço eletrônico do Mais Médicos. Após a validação da inscrição, de 1º a 5 de junho, os candidatos poderão indicar até dois locais de atuação da sua preferência. Na alocação dos profissionais, serão considerados critérios relacionados à titulação, formação e experiência prévia no projeto. E, para desempate, terão prioridade os candidatos de residência mais próxima do local de atuação no Mais Médicos, os com maior tempo de formado e os de maior idade. Todos os participantes poderão receber incentivos pela permanência no programa, sendo que os que forem alocados em regiões de extrema pobreza e vulnerabilidade, de acordo com a oferta do edital, recebem um percentual maior. Balanço De acordo com o ministério, atualmente mais de 8 mil médicos atuam no programa e o edital aberto agora é para recompor vagas ociosas dos últimos quatro anos, além de mil vagas inéditas para Amazônia Legal. Cerca de 45% das vagas estão em regiões de vulnerabilidade social e historicamente com dificuldade de provimento de profissionais. Em 2023, 117 médicos foram convocados para atuar em distritos sanitários indígenas, inclusive no território yanomami em situação de emergência sanitária. “A expectativa do governo federal é chegar até o fim do ano com 28 mil profissionais do Mais Médicos atendendo em todo o país, principalmente nas áreas de extrema pobreza. Com isso, mais de 96 milhões de brasileiros terão a garantia de atendimento médico na atenção primária, porta de entrada do SUS”, informa o ministério. Fonte

Ministra da Saúde defende na ONU equidade no setor e cultura da paz 

Ao participar da 76ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, a ministra Nísia Trindade disse nesta segunda-feira (22) que “o Brasil está de volta”, o que, segundo ela, significa a retomada da defesa da equidade em saúde, da cultura da paz e do multilateralismo, “fundamentais neste tempo”.  Em seu discurso, Nísia lembrou os 6 milhões de mortos pela pandemia de covid-19 em todo o planeta, sendo 700 mil apenas no Brasil, “com grave impacto nos sistemas de saúde, na saúde mental e na economia”. “Precisaremos de sistemas nacionais de saúde mais preparados para as emergências que virão”.  A ministra da Saúde defendeu ainda o enfrentamento de desafios relacionados a mudanças climáticas e seus impactos na área de saúde. “Recordemos que mais da metade do tempo para realizar os ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável] já transcorreu e, a despeito de alguns avanços, estamos em grande parte do mundo em situação pior do que antes da covid-19”.  A saída, segundo Nísia, é fortalecer sistemas de vigilância e de saúde como um todo, além de mais inovação, transferência de tecnologia e financiamento voltados para sistemas de saúde mais equitativos. “Em tempos de inteligência artificial e avanços na saúde digital, é crucial que essas sejam ferramentas acessíveis e eticamente orientadas”.  “Temos que descentralizar a produção de medicamentos, vacinas e insumos estratégicos para garantir o acesso equitativo em todo o mundo. Trabalhar para reduzir as desigualdades e, diante e entre elas, a desigualdade de acesso aos benefícios do conhecimento científico e tecnológico. Desigualdade faz mal à saúde.”  Para a ministra, não será possível alcançar tais objetivos sem o que ela chama de reforma da arquitetura global da saúde que a torne mais ágil e coesa, que coloque a Organização Mundial da Saúde (OMS) no centro desse processo e que reduza as desigualdades entre países e regiões.  “Reforço a proposição que o Brasil traz a essa assembleia, de uma resolução com defesa do respeito às especificidades da saúde dos povos indígenas”, disse. “O Brasil voltou para somar sua voz e sua atuação em defesa da equidade em saúde, da paz e da solidariedade internacional”, concluiu.  Fonte

Profissionais da enfermagem fazem ato por valorização da categoria

Profissionais da enfermagem se reuniram, neste domingo (21), em Brasília, em um ato pela valorização das categorias que atuam no setor. A caminhada encerrou a 84ª Semana Brasileira de Enfermagem, com o objetivo de mostrar a importância do trabalho das equipes multidisciplinares no cuidado em saúde e para a humanização do atendimento à população. O evento foi organizado pela Associação Brasileira de Enfermagem Seção DF (Aben-DF), Sindicatos dos Enfermeiros do DF (SindEnfermeiro-DF), Sindicato dos Técnicos em Enfermagem (Sindate-DF) e Conselho Regional de Enfermagem (Coren-DF). Cerca de 150 enfermeiros, enfermeiras, técnicos e técnicas e estudantes de enfermagem participaram da caminhada. Para o SindEnfermeiro-DF, o momento é de celebrar as conquistas acumuladas pela categoria e “renovar as energias para as novas lutas”. Entre elas, estão a cobrança por mais recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e a vigilância pelo pagamento do piso salarial da categoria. No último dia 12 de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou lei abrindo crédito especial de R$ 7,3 bilhões para o pagamento do novo piso nacional dos trabalhadores da enfermagem. A medida, entretanto, enfrenta resistência de estados e municípios que alegam que os recursos ainda não são suficientes. Em setembro do ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso suspendeu o piso salarial nacional para esclarecimentos sobre o impacto financeiro da lei que instituiu o valor. Na última semana, Barroso liberou o pagamento, após a abertura do crédito especial. O novo piso para enfermeiros contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é de R$ 4.750, conforme definido pela Lei nº 14.434/2022. Técnicos de enfermagem recebem, no mínimo, 70% desse valor (R$ 3.325) e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50% (R$ 2.375). O piso vale para trabalhadores dos setores público e privado. Entretanto, na decisão, o ministro entendeu que estados e municípios devem pagar o piso nacional da enfermagem nos limites dos valores que receberem do governo federal. Segundo os estados, o impacto nas contas locais é de R$ 10,5 bilhões e não há recursos para suplementar o pagamento. No caso da rede privada, diante do risco de demissões, o piso também deve ser pago, mas poderá ser negociado coletivamente entre empresas e sindicatos da categoria. Para os profissionais que trabalham para o governo federal, o piso deverá ser pago integralmente. Dados do Conselho Federal de Enfermagem contabilizam mais de 2,8 milhões de profissionais do setor no país, incluindo 693,4 mil enfermeiros, 450 mil auxiliares de enfermagem e 1,66 milhão de técnicos de enfermagem, além de cerca de 60 mil parteiras. Fonte

Amapá vai receber oxigênio e equipamentos hospitalares

Em estado de emergência em saúde pública por causa de síndrome gripal infantil, o Amapá vai receber mais de 32 mil metros cúbicos de oxigênio, além de equipamentos hospitalares e um misturador de ar medicinal. O transporte está sendo feito por navio pela Marinha. São dois tanques criogênicos que começaram a ser transportados hoje (21). A carga partiu de Belém (PA), e deve chegar a Santana (AP) na terça-feira (23). Nos cinco primeiros meses do ano, o estado enfrentou um aumento de mais de 108% na internação de crianças com síndromes gripais. A maioria dos internados têm de sete meses a quatro anos. A superlotação no Hospital da Criança e do Adolescente em Macapá fez com que até salas administrativas fossem transformadas em espaço para novos leitos. Houve ainda a ampliação de 20 para 24 no número de vagas da UTI pediátrica. A situação foi provocada pelo vírus Sincicial Respiratório (VSR), que provoca bronquilite, inflamação que dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões. Também foram detectados casos de Influenza A e B e covid-19. No último dia 13, o estado decretou emergência em saúde pública. O governador Clécio Luís chegou a fazer um apelo pela vacinação. Em todo o estado, apenas 16% da população infantil apta a receber a vacina foi imunizada. O Ministério da Saúde acompanha a situação. Foram enviados kits de análise laboratorial para diagnóstico, medicamentos, além de uma equipe de epidemiologia de campo para reforçar as ações de emergência e investigação dos casos. Fonte

Saúde mental bem longe dos manicômios é tema do Caminhos da Reportagem

Quem vê Patrícia Ruth pintando calmamente seus quadros nem imagina os horrores que ela já sofreu. Encarcerada em reformatórios e manicômios desde a infância, recebeu castigos físicos, contenções e chegou a passar por eletrochoques. Ao longo de décadas isolada em hospitais psiquiátricos, perdeu os laços familiares e até a identidade.  Os avanços da luta antimanicomial no país são tema do programa Caminhos da Reportagem, que vai ao ar neste domingo (21), às 22h, na TV Brasil. Ele acompanha pacientes psiquiátricos que passaram por internações de longa duração e retornaram à vida fora dos muros das instituições.  Foi com o início da luta antimanicomial no Brasil que, aos poucos, trajetórias como a de Patrícia ganharam novos rumos. Ela, que foi uma das pacientes da antiga Colônia Juliano Moreira, último manicômio a ser fechado no Rio de Janeiro, hoje é uma artista plástica reconhecida. “Mudou muita coisa para mim. Coisa que não tinha e nunca esperava ter, minha casa.  Esses trabalhos que faço hoje são o meu ouro porque vendo e faço exposição para fora”, comemora Patrícia. O movimento da sociedade civil, lançado no fim dos anos 70, critica os métodos tradicionais da psiquiatria e defende os direitos das pessoas em sofrimento psíquico. “A luta contra os manicômios é uma luta pela cidadania, uma luta pelo reconhecimento das pessoas com fragilidade, a superação da ideia de que existem pessoas com menor valor. Então, tudo entra nesse jogo: racismo, LGBTfobia e qualquer forma de discriminação”, afirma Hugo Fagundes, superintendente de Saúde Mental do município do Rio de Janeiro. Brasília – 19.05.2023 – Horta comunitária no Museu Bispo do Rosário. Foto: TV Brasil – TV Brasil Com a aprovação da Lei da Reforma Psiquiátrica, em 2001, houve uma redução programada de leitos psiquiátricos no Brasil.  De acordo com a organização não governamental (ONG) Desinstitute, o número de pacientes internados em longa duração caiu de 50 mil, em 2002, para menos de 14 mil, em 2020.  Evitar retrocessos ainda é um desafio para os defensores da luta antimanicomial, segundo a presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental, Ana Paula Guljor.  O fechamento de manicômios não é sinônimo de falta de atendimento aos pacientes e seus familiares. O cuidado em liberdade, mantendo o paciente integrado ao seu território de origem, seu círculo social, é o mais eficaz, garante Guljor.  Entre os mecanismos de apoio aos pacientes, além dos centros de Assistência  Psicossocial (CAPs) que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), estão as Residências Terapêuticas, uma espécie de república – para no máximo seis pessoas – oferecida aos egressos dos hospitais psiquiátricos que ainda necessitam de algum suporte para retornar à vivência comunitária. A equipe do Caminhos da Reportagem foi conhecer a rotina de uma dessas casas.  “Existem mil outras formas de cuidar, de tratar a loucura, o sujeito em sofrimento psíquico”, defende Erika Pontes e Silva, diretora do Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira.  Oficinas de arte e atividades em hortas comunitárias são exemplos de terapias adotadas nas antigas instituições psiquiátricas que foram remodeladas.  Brasília – 19.05.2023 – Instituto Nise da Silveira – arte no lugar das antigas enfermarias . Foto: TV Brasil – TV Brasil O programa mostra como locais de encarceramento e sofrimento no passado hoje são espaços dedicados à arte e ao tratamento com afeto e liberdade, como o Museu Bispo do Rosário e o Instituto Nise da Silveira, ambos no Rio de Janeiro.  Ficha técnica Produção e reportagem: Clarice BassoReportagem cinematográfica: Gabriel Penchel, Gilson Machado, Marcelo Padovan, Ronaldo Parra e Sandro TebaldiAuxílio técnico: Adaroan Barros, Caio Araujo e Yuri FreireApoio à produção: Luiz Filipe Salvador – estagiárioRoteiro: Ana Passos e Clarice BassoEdição de texto: Ana PassosEdição de imagem e finalização: Eric GusmãoArte: Julia Gon e Marco BravoPesquisa do Acervo EBC: Aline Brettas, Erick Pinheiro, Fabio Araujo Jorge, Fernanda Buarque, Mariana Nazareth, Pedro Modesto e Thiago Guimarães Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil. Fonte

Própolis melhora imunidade e ameniza inflamação em pessoas com HIV

Um estudo realizado por uma bióloga do Instituto de Biociências de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp), mostrou que 500 miligramas (mg) diários de própolis para pessoas que vivem com o vírus HIV, resultaram em uma redução significativa na concentração de um marcador de estresse oxidativo. Nesse mesmo grupo foi observado um ligeiro aumento na capacidade antioxidante total, refletindo no combate aos radicais livres. Segundo a bióloga Karen Ingrid Tasca, um dos problemas enfrentados pela população que convive com o vírus causador da aids é o envelhecimento precoce, que pode ser de dez a 20 anos, por conta da deterioração da imunidade mais acelerada, além do desenvolvimento precoce de comorbidades, como diabete, hipertensão e tumores. Esse processo de envelhecimento precoce ocorre porque, além de o sistema imunológico ser ativado constantemente, esses pacientes tem inflação crônica. “O estresse oxidativo causado pelo vírus e pelos próprios antirretrovirais possui grande impacto nesses pacientes. Na tentativa de reduzir esses processos patológicos e melhorar a qualidade de vida e a sobrevida, há necessidade de intervenções que minimizem esses efeitos. Entre os diversos produtos naturais existentes, a própolis, que é uma resina, possui esse potencial, pois apresenta propriedades antioxidante, antiviral e anti-inflamatória reconhecidas.” Um estudo anterior mostrou que os parâmetros inflamatórios de portadores do HIV diminuíra, as células que são consideradas alvo principal do vírus aumentaram, assim como também aumentou o marcador de células responsáveis por regular a inflamação. Segundo uma das autoras do estudo, a biomédica Fernanda Lopes Conte, a própolis pode ser uma alternativa para melhorar a resposta imune e reduzir a inflamação nos pacientes assintomáticos: “A infecção pelo HIV induz intensa desregulação do sistema imunológico, gerando perda da função celular e inflamação crônica.” Dados gerais Ambos os estudos foram desenvolvidos com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, foram notificados 40,8 mil casos de HIV e 35,2 mil casos, de acordo com dados do ano passado. De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico de HIV/aids, desde o primeiro caso informado em território nacional, em 1980, até junho de 2022, já foram detectados 1.088.536 casos de aids. Somente em 2021, mais de 11 mil óbitos foram registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) em decorrência da doença. A taxa de mortalidade padronizada é de 4,2 óbitos por 100 mil habitantes, índice que sofreu caiu 26,4% entre 2014 e 2021. Brasília (DF) – Extrato de Própolis Verde. Foto: Lula Marques/Agência Brasil – juca.varella Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids) reforçam que a epidemia ainda precisa ser combatida. No ano de 2021, mais de 750 mil homens em todo o mundo adquiriram HIV. Naquele ano, eles representaram 51% das novas infecções pelo vírus. Pelo menos 1,5 milhão de pessoas se tornaram recém-infectadas por HIV no mesmo ano de 2021. No total, esse número já passa de 84 milhões de pessoas infectadas desde o início da epidemia. Fonte