— Isso ajuda a economia brasileira a começar a acelerar novamente antes do esperado e sustentando os preços dos ativos locais. E ainda assim mantemos um diferencial de juro bem relevante com os Estados Unidos.
Perspectivas mais otimistas
O CEO da Box Asset Management, Fabrício Gonçalvez, destaca que há uma melhora na percepção dos investidores sobre a economia brasileira. Depois da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre acima do esperado, diversas casas revisaram para cima suas projeções de crescimento, além de anteciparem o início do ciclo de cortes de juros pelo BC.
— Instituições relevantes do mercado financeiro estão cedendo a boa performance da economia brasileira e estão revendo suas recomendações de compra para o Brasil. Com essas recomendações, estrangeiros estão vindo para o país e fortalecendo a moeda local — destaca Gonçalves.
As revisões também chegam no câmbio. Os estrategistas do Goldman Sachs alteraram suas estimativas para o câmbio doméstico e passaram a projetar o dólar em R$ 4,40 no fim do ano.
A revisão é ancorada nos dados de inflação mais fracos e na leitura mais otimista acerca da economia brasileira, que resultou, na semana passada, na alteração da perspectiva do rating do Brasil pela S&P.
O banco americano cortou a estimativa para o dólar de R$ 4,90 para R$ 4,60 no prazo de três meses; de R$ 4,85 para R$ 4,40 no espaço de seis meses (no fim deste ano); e de R$ 4,80 para R$ 4,40 no intervalo de 12 meses.
Ainda que o diferencial de juros tenha beneficiado moedas emergentes, como o real, os estrategistas do Goldman Sachs destacam que questões locais têm contribuído para a boa performance da moeda brasileira.
“No quesito inflação, a leitura do IPCA de maio surpreendeu pelo lado de enfraquecimento e apontou para um progresso visível nos componentes do núcleo e de serviços”, destaca os estrategistas do banco, em relatório.
Na avaliação do Goldman, mesmo que o BC passe a cortar a Selic em um horizonte próximo, dado o elevado ponto de partida das taxas de juros reais e o contínuo progresso na inflação, os diferenciais de juros continuem favoráveis ao câmbio, com os fluxos de entrada para a renda fixa permanecendo um importante vento favorável para o real.
Há espaço para novas quedas?
Na visão de especialistas, o real ainda pode ceder mais. Para isso, fatores como a aprovação do arcabouço fiscal sem grandes alterações pelo Congresso e sinalizações positivas para a economia, como a não reversão de marcos legais estabelecidos nos últimos anos, devem ocorrer.
— A votação do arcabouço no Senado deve ainda trazer mais conforto fiscal para o investidor estrangeiro. Temos ainda o juros mais alto do mundo, com o cenário fiscal melhorando e juros lá fora parando de subir — destaca o diretor da FB Capital, Fernando Bergallo.
Na mesma linha, segue o sócio da Galapagos:
— Estamos numa dinâmica positiva de diferencial de juro favorável, commodities em preciso bons e aprovando medidas. Acho que tem espaço para ver o câmbio apreciar mais — disse Zanin.
Já nas casas de câmbio, era possível encontrar o dólar turismo entre R$ 4,95 e R$ 5,05, por volta das 16h.
Na casa de câmbio WU Câmbio, localizada no Centro do Rio, o dólar turismo era vendido a R$ 5,05, enquanto o euro saía por R$ 5,50.
Na Dantur, o dólar estava a R$ 5,03, e o euro, a R$ 5,63, enquanto na JW Câmbio as moedas eram vendidas a R$ 5 e 5,65, respectivamente.
Já na 4 Cantos Câmbio e Turismo, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, o dólar turismo saía por R$ 4,98, e o euro, por R$ 5,49.
Na Bâmbio Cambio & Turismo, as cotações eram de R$ 4,95 e R$ 5,48, respectivamente.
Todas as cotações já incluem o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Fonte: Globo