O discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) no ato que será realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 7 de Setembro, preocupa aliados. Segundo a colunista do UOL Carla Araújo, que participou hoje de O Radar das Eleições, a campanha do candidato à reeleição quer um tom mais moderado em suas falas.
“A ala política do presidente, os aliados do presidente dizem que é o momento da virada, momento da foto. O núcleo de campanha tenta aconselhar Bolsonaro a adotar um tom mais ameno, porque uma fala mais aguerrida do presidente agradaria aos convertidos, mas afastaria os indecisos. O que Bolsonaro precisa hoje é de voto, então, o pessoal pede essa moderação.”.
Carla também afirma que a decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal) de suspender trechos de decretos em que o presidente facilitou a compra e o porte de armas de fogo foi vista como uma provocação por sua campanha.
“É sempre difícil a gente falar e prever o comportamento do presidente Jair Bolsonaro, a gente sabe o quanto ele é impulsivo e levado pelo momento. Mas, ontem, com a decisão do ministro Edson Fachin de suspender trechos do decreto das armas, alguns auxiliares do presidente classificaram como se isso fosse uma provocação na véspera do 7 de Setembro, justamente tentando fazer Bolsonaro inflar ainda mais esse discurso.”.
Em princípio, o presidente irá discursar apenas no Rio de Janeiro. Mas há uma expectativa de que ele suba no palanque em Brasília após o desfile militar. Com a possibilidade de duas falas diferentes, a preocupação de um tom mais agressivo se intensifica.
“Além do Rio de Janeiro, existe uma outra expectativa de que o Bolsonaro participe de manhã do desfile militar aqui em Brasília. Não há previsão de fala em Brasília, mas já tem alguns auxiliares do presidente separando um espaço próximo à Esplanada para que, antes de embarcar ao Rio de Janeiro, ele possa eventualmente subir no palanque em Brasília, fazer uma fala rápida. (…) Então pode ser que Bolsonaro tenha dois momentos para falar amanhã. O tom desse discurso é imprevisível”, finalizou.
Fonte: Uol