Após torturarem filho, pais viram alvo de ‘tribunal do crime’ do PCC, uma das maiores facções criminosas do Brasil

Os pais do menino de 11 anos encontrado com sinais de tortura e maus-tratos, na última segunda-feira (2), em Itu (SP), fugiram de casa após receberem ameaças do “tribunal do crime” do PCC, o Primeiro Comando da Capital, uma das maiores facções criminosas do Brasil.

A criança foi resgatada após o Conselho Tutelar receber uma denúncia sobre as agressões. Na ocasião, o pai teria ameaçado “cortar os dedos” do menino com um facão depois que ele pediu R$ 4 para comprar um pão de queijo, o que teria irritado o suspeito.

Segundo a vítima, as agressões começaram quando ele tinha sete anos e incluíam enforcamento com fio, golpe de facão no corpo, tapas e socos. Para que vizinhos não ouvissem os seus gritos, o pai o levava para uma área abandonada.

O menor disse que tinha medo de os pais serem presos e ele ser encaminhado a um abrigo, por isso não os denunciava.

Um tio da vítima, irmão do pai da criança, afirmou em entrevista à Record TV que a família não sabia sobre as agressões contra o garoto e aguarda a decisão do Conselho Tutelar sobre o futuro do menor, justificando que as ameaças da organização levaram à fuga dos suspeitos, que são alvos de um mandado de prisão preventiva.

“Tem que sair. Qual a pessoa que está ameaçada de morte pelo tribunal do PCC e que não sairia? Eu mesmo sairia. Só não vou divulgar quem é [que está ameaçando], não vou expor quem é, porque não vou colocar minha segurança em risco”, afirmou o homem.

Apesar da alegação do tio de que não sabia sobre os maus-tratos, uma ex-cunhada do pai da criança afirmou que os parentes estavam cientes da situação. Ela ainda declarou à TV paulista que o casal perdeu um terceiro filho, que morreu por asfixia, após a mãe colocar uma fralda de pano em sua boca, na intenção de abafar o choro do bebê.

O menino foi acolhido pelo Conselho Tutelar e está sob a tutela do estado. Ele fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba (SP) para avaliar os ferimentos.

Segundo a Polícia Civil, o pedido de prisão preventiva dos pais foi qualificado como tortura, lesão corporal e abandono de incapaz. O caso corre em segredo de Justiça.

 

*Com informações do UOL

Fonte: Portal Baré

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