Para o diretor-presidente do FSB, Renato Sérgio de Lima, a segunda hipótese é corroborada pelo relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), que aponta crescimento de 35% das plantações de coca em 2021.
“Na hora que a gente conversa com as polícias, o argumento é o aumento da produtividade. Em alguns casos, como a Polícia Federal, de fato é uma verdade. Mas, para a gente, a hipótese mais plausível ao pegar os relatórios do Unodc é que Peru, Colômbia e Bolívia estão tendo um boom de produção de cocaína. Segundo estudos anteriores, a gente já estima que metade da produção de cocaína desses países passa pelo Brasil”, afirma Lima.
Outros destaques do estudo:
- A taxa de mortes violentas intencionais na Amazônia para cada 100 mil habitantes (33,8) foi 45% superior à média nacional (23,3) em 2022.
- Quinze municípios apresentaram taxa média de violência letal acima de 80 mortes por 100 mil habitantes no triênio 2020-2022, a maioria nos estados do Pará e Mato Grosso.
- A taxa de mortes violentas de indígenas na Amazônia é 26% maior do que fora dela.
- A taxa de feminicídio na Amazônia foi de 1,8 para cada 100 mil mulheres, 30,8% superior à média nacional, que foi de 1,4 por 100 mil.
- A violência sexual também apresenta taxas mais elevadas na Amazônia do que no restante do país. A taxa de estupros na região foi de 49,4 vítimas para cada 100 mil em 2022, 33,8% superior à média nacional, que foi de 36,9 por 100 mil.
- O estudo mapeou a existência de ao menos 22 facções criminosas na região, presentes em todos os estados amazônicos.
- Do total de 772 municípios da Amazônia Legal, o levantamento identificou que ao menos 178 possuem presença de facções.
- Os registros de crimes vinculados ao desmatamento cresceram 85,3% entre 2018 e 2022. No último ano, foram 619 registros nas polícias civis dos estados da Amazônia Legal.
- Os registros de incêndios criminosos na Amazônia Legal cresceram 51,3% entre 2018 e 2022.
- Em 10 anos, a taxa de pessoas no sistema prisional na Amazônia Legal cresceu 67,3%, enquanto a média nacional foi de 43,3% de aumento.
- Entre 2019 e 2022, o crescimento dos registros de arma de fogo na Amazônia foi da ordem de 91%, ao passo que a média nacional ficou em 47,5%.
Fonte: G1