Obras do cinema ajudam a compreender a complexidade da opressão diária enfrentada por palestinos
Com a ofensiva do Hamas contra Israel, no último sábado (7), o apartheid na Palestina, imposto pelos israelenses, voltou a ser o principal destaque no noticiário mundial. Com a inclinação ocidental para a defesa da perspectiva sionista no conflito, amparada pela indústria cultural dos EUA, é complexo compreender o que aflige os palestinos.
Sem poder contar com o empenho da imprensa comercial na cobertura do conflito, o cinema se tornou um refúgio importante para que a perspectiva da Palestina seja respeitada e que suas histórias sejam contadas.
As produções mais emblemáticas sobre o conflito, que levam o telespectador para dentro da Palestina, foram feitas neste século, com destaque para Paraíso Agora, que foi indicado e laureado em alguns dos mais importantes prêmios do cinema.
Confira a relação:
O Limoeiro (2008)
Baseado em fatos reais, o filme conta a história de uma viúva palestina que mora na fronteira de Israel com a Cisjordânia e vive de sua plantação de limões. Sua vida muda completamente quando o Ministro da Defesa de Israel se muda para a casa ao seu lado. O serviço secreto israelense decide que pela segurança do ministro é preciso derrubar a plantação. Assim, o filme passa a apresentar o conflito entre vizinhos como uma metáfora do imbróglio entre Israel e Palestina.
Direção: Eran Riklis
Checkpoint (2003)
O documentário apresenta a rotina de humilhação, aviltamento de direitos básicos, desrespeitos constantes à dignidade humana a que estão submetidos os palestinos submetidos ao apartheid imposto por Israel. O filme foi gravado nos postos de controle administrados por Israel, por onde palestinos devem passar para comprar alimento, ir ao médico ou tirar documentos.
Direção: Yoav Shamir
Paraíso Agora (2005)
Dois amigos de infância, os palestinos Khaled e Said decidem participar de um ataque suicida em Israel, mas não concluem a missão e se separam. O filme se desenrola a partir do ataque frustrado, com os dois jovens desesperados e com bombas amarradas em seus corpos. O filme foi rodado em Nablus, na Palestina, e traz o consigo o desafio de contar a história e os motivos dos homens que aceitam se suicidar em ataques contra Israel.
Direção: Hany Abu-Assad
Cinco câmeras quebradas (2011)
Um agricultor de Bil’in, na Cisjordânia, compra uma câmera, em 2005, para gravar o crescimento do filho. No entanto, ao lado, Israel começa a erguer um muro que incomoda os moradores da região, que passam a ir ao local para protestar toda semana. Durante dois anos, o agricultor gravou os protestos e a relação da família com as manifestações. Nesse processo, teve cinco câmeras destruídas durante os confrontos com o exército israelense.
Direção: Emad Bornat
Para atirar em um elefante (2009)
O documentário acompanha momentos delicados da Operação Chumbo Fundido. O episódio é conhecido como o Massacre de Gaza de 2008, quando Israel voltou a bombardear a região após um cessar fogo de seis meses, matando milhares de palestinos.
Direção: Alberto Arce e Mohammad Rujailah
Edição: Thalita Pires/ BDF