Desconfiada que o filho pudesse ser vítima de maus-tratos, mãe usou tablet para gravar o dia do menino, e registrou os gritos da professora
O sexto sentido de uma mãe, após perceber alterações no comportamento do filho de 11 anos – que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), – acabou flagrando momentos de terror e humilhações vividos por alunos da Escola Classe nº 8, no Guará. Uma professora foi gravada, aos berros, ameaçando e depreciando os pequenos estudantes, em uma sala composta por alunos especiais.
A mãe da vítima contou que começou a desconfiar que havia algo errado quando o filho, que sempre gostou da escola, passou a não querer ir mais às aulas, a esconder os materiais escolares e a repetir frases como “menino chato” e “vai ficar de castigo”.
“No horário de ir para aula, ele fica se mordendo e se automutilando”, relembra. A família também percebeu uma regressão na aprendizagem do menino. A avó da criança chegou a fazer uma visita à escola classe, para verificar o método de ensino adotado.
A mãe da vítima contou que começou a desconfiar que havia algo errado quando o filho, que sempre gostou da escola, passou a não querer ir mais às aulas, a esconder os materiais escolares e a repetir frases como “menino chato” e “vai ficar de castigo”.
“O tablet ficava dentro de um saquinho, enrolado em um casaco e dentro da mochila. Ainda sim, os gritos parecem que estão no ouvido. Imagina uma criança que é especial ouvindo essas gritarias”, revoltou a mãe.
Na gravação, a servidora da Secretaria de Educação chega a dizer às crianças para não começar com “essa loucura”. Gritando, ela ameaça que eles vão “ver o que é bom para tosse”‘. Os destemperos da educadora são direcionados a uma turma que tem apenas quatro crianças. Duas professoras são responsáveis pelos alunos.
Ouça:
No áudio, a professora questiona se a criança autista, que tem dificuldades de comunicação, estaria morta. “Tá morto? Mexe a boca para falar”, ouve-se no áudio. Choros de crianças também são claramente perceptíveis nas gravações.
Denúncias
Com o material do flagra em mãos, a família registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que investiga a denúncia contra a professora, por maus-tratos. Um registro também foi feito no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), ao Conselho Tutelar e diretamente ao gabinete da secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, em e-mail enviado por meio da ouvidoria do Governo do Distrito Federal (GDF). A pasta confirmou o recebimento da denúncia.
de saúde, Samantha se afastou das funções e entrou de licença médica.
A Secretaria de Educação confirmou que há uma investigação em curso na Corregedoria do GDF sobre o comportamento da professora em sala de aula, e que “adotará todas as medidas cabíveis, podendo, inclusive, no curso da apuração, promover o afastamento da servidora, nos termos da Lei Complementar nº 840/2011”. Segundo a pasta, um novo professor já se encontra em sala de aula.
está sendo apurado pela Corregedoria, que adotará todas as medidas cabíveis, podendo, inclusive, no curso da apuração, promover o afastamento da servidora, nos termos da Lei Complementar nº 840/2011.
Por: Metrópoles