O café da manhã e o almoço ficaram mais caros para os brasileiros em 2024. Produtos essenciais como café, laranja, carne e leite registraram altas significativas, enquanto itens como cebola e tomate apresentaram redução de preços. O motivo principal? Um ano de clima extremo, marcado pelo calor e pela seca.
Clima agrava inflação dos alimentos
A inflação dos alimentos e bebidas chegou a 7,69%, muito acima da inflação geral de 4,83%, segundo o IBGE. Os impactos foram sentidos em todo o país, com prejuízos para a produção agrícola e pecuária.
Os vilões do aumento
- Café (+39,6%): A safra foi prejudicada por ondas de calor e secas, além de uma demanda global crescente devido à crise no Vietnã, outro grande produtor.
- Laranja (+48,3%): A doença greening reduziu a produtividade em pomares de São Paulo e Minas Gerais, resultando em estoques quase zerados e preços recordes.
- Carne (+20,8%): A seca afetou as pastagens, elevando o custo de produção e os preços de cortes populares como acém e patinho.
Quedas que trouxeram alívio
Nem todos os produtos seguiram a tendência de alta. A cebola e o tomate apresentaram quedas de 35,3% e 25,8%, respectivamente. A estiagem permitiu maior controle das lavouras, enquanto condições climáticas favoráveis no segundo semestre impulsionaram a produção.
Perspectivas para 2025
A tendência de alta nos preços deve continuar, principalmente para itens como café e carne. Por outro lado, a expectativa de um clima mais equilibrado pode trazer estabilidade para alguns alimentos.
Os especialistas reforçam a necessidade de políticas públicas para mitigar os impactos das mudanças climáticas na produção de alimentos, garantindo preços mais acessíveis para a população.