A Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou, nesta segunda-feira (25), um projeto polêmico que concede aos ex-vereadores e seus familiares o direito de aderir ao plano de saúde e odontológico oferecido pela Casa. Sob a presidência de Caio André (UB), a votação ocorreu de forma relâmpago, com placar de 17 votos favoráveis contra 9 contrários. A decisão foi tomada sem o uso do painel eletrônico e na ausência de 15 vereadores, o que gerou críticas quanto à transparência do processo.
O projeto, apresentado pela Mesa Diretora em outubro, altera a Lei nº 552/2023, permitindo que ex-parlamentares usufruam do mesmo benefício já disponível aos vereadores em exercício. Contudo, o plano não será gratuito: enquanto os servidores têm 50% de desconto, ex-vereadores e seus familiares deverão pagar o valor integral. O convênio é firmado com o Grupo Executivo de Assistência Patronal (Geap Saúde), oferecendo condições diferenciadas aos beneficiários.
Entre os votos contrários destacaram-se vereadores como Rodrigo Guedes (PP), Capitão Carpê (PL) e Thaysa Lippy (PRD), que questionaram a prioridade dada ao projeto e sua pertinência em um cenário de desafios para a população. O presidente Caio André, que não conseguiu se reeleger nas últimas eleições, defendeu a medida como uma resposta ao apelo de ex-parlamentares que enfrentam dificuldades para manter planos de saúde após deixarem o cargo.
A aprovação foi recebida com críticas por parte da sociedade civil, que vê na decisão uma ampliação de privilégios em detrimento de outras demandas urgentes. A ausência de um terço dos vereadores no momento da votação também levantou dúvidas sobre o compromisso dos parlamentares com a discussão do tema. Apesar disso, o benefício já está encaminhado para ex-vereadores interessados, reforçando o debate sobre a gestão de recursos públicos e o acesso a direitos essenciais