O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, disse hoje (23) que a entidade precisa estar “no centro” de um sistema global de saúde, ao mesmo tempo em que reconhece a necessidade de reformas internas.
A Assembleia Mundial da Saúde, que está sendo realizada até o próximo dia 28 em Genebra, é vista como uma das mais importantes nos 75 anos de história da agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU), pois busca definir seu papel futuro na política global de saúde e obter aprovação para uma revisão de financiamento.
“Precisamos de uma OMS mais forte e financiada de forma sustentável, no centro da arquitetura global de segurança sanitária”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, em discurso na assembleia anual da organização.
“Houve muitos pedidos para que a OMS mude. E não há dúvida de que mais mudanças são necessárias”, acrescentou.
A OMS está sob avaliação depois que um painel independente a descreveu como fraca quando a covid-19 apareceu, com poderes limitados para investigar surtos e coordenar medidas de contenção.
Seus 194 Estados-membros, no entanto, são vistos como divididos sobre o fato de a entidade merecer novos poderes, após a maneira como lidou com a pandemia.
“Alguns membros estão dizendo que a OMS fez o que podia durante a pandemia e querem fortalecer sua autoridade. Outros estão desiludidos com a organização e muito divididos quanto à possibilidade de receber mais poderes”, disse Adam Kamradt-Scott, professor de Saúde Global na Escola de Governança Transnacional.
Em seu discurso, Tedros Adhanom afirmou que a covid-19 está longe de terminar e que o mundo não está pronto para a próxima pandemia, citando conclusões de relatório divulgado na semana passada.
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