Choque de aviões no Japão: diálogo com torre de controle mostra que aeronave com 379 a bordo recebeu permissão para pousar

Apesar da forte explosão, a Japan Airlines afirmou que todas as 379 pessoas a bordo da aeronave, entre elas oito crianças, foram retiradas a tempo – o avião foi depois consumido pelas chamas. A polícia local disse à imprensa japonesa que 17 passageiros feridos, mas ainda não havia informação sobre o estado de saúde delas até a última atualização desta reportagem.

A Guarda Costeira disse que o capitão de sua aeronave, identificado como Genki Miyamoto, de 39 anos, conseguiu saiu sozinha dos destroços e comunicou-se por rádio com sua base.

“A aeronave explodiu na pista. Eu escapei. A (condição dos) demais tripulantes é desconhecida”, disse ele, segundo a Guarda Costeira.

O avião com passageiros é fabricado pela Airbus, que enviou assistentes técnicos a Tóquio depois do incidente.

A colisão ocorre apenas um dia depois de um terremoto de 7,6 atingir a costa oeste do Japão, matando 48 pessoas e gerando alertas de “grandes tsunamis”. O episódio reacendeu no país o trauma pela tragédia do acidente nuclear de Fukushima em 2011, causado após um terremoto e tsunami atingirem o país (leia mais abaixo).

Segundo a Guarda Costeira, sua aeronave que colidiu com a da Japan Airlines estava na pista para decolar em direção à base militar de Niigata, na costa oeste do país, para levar ajuda às cidades atingidas pelo terremoto.

O tremor gerou cerca de 50 réplicas ao longo da região de Ishikawa, no oeste do Japão, e alertas por tsunamis com ondas de até 5 metros. Os alertas duraram quase 24 horas e foram retirados na manhã desta terça, mas equipes ainda fazem buscas nas cidades atingidas.

Já a aeronave da Japan Airlines era um voo comercial que chegava de Hokkaido, no norte, segundo a companhia.

Autoridades ainda não haviam informado, até a última atualização desta notícia, por que os dois aviões estivessem na mesma pista ao mesmo tempo.

A Japan Airlines alegou que o piloto seguiu as instruções da torre de comando para o pouso. O capitão, de acordo com a companhia, recebeu permissão para pousar, mas “provavelmente” não conseguiu ver o avião da Guarda Costeira, construído pela Bombardier.

A companhia disse também que o sistema de comunicação com os passageiros não funcionou após a explosão, mas afirmou que a retirada dos passageiros conseguiu ser realizada mesmo assim.

O gabinete do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que o premiê estava reunindo informações sobre o que falhou para provocar o choque entre as aeronaves.

O aeroporto de Haneda, um dos dois aeroportos internacionais de Tóquio e um dos mais movimentados do Japão, informou que todos os pousos e decolagem foram cancelados após a colisão.

Por: G1

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