Em janeiro de 2022, o Ministério Público de São Paulo pediu a decretação da falência de todas as empresas do grupo. A promotoria apontou indícios de uma série de irregularidades cometidas por gestores das empresas de modo a descapitalizar a Itapemirim e usar os recursos da empresa de ônibus, em recuperação judicial, para constituir a linha aérea. Na ocasião, o grupo afirmou que as acusações eram “fantasiosas” e que a ITA nada tinha a ver com a Viação Itapemirim.
Conforme publicou O GLOBO, o lançamento da ITA Transportes Aéreos, em junho de 2021, não passou de um “voo de galinha”. Marcaria o início da criação daquele que, segundo o seu controlador, Sidnei Piva de Jesus, viria a ser o maior grupo de transporte do país, integrando modais aéreo e rodoviário, explorando concessões de aeroportos e até de metrô.
A pandemia, que provocou a maior crise da história da aviação comercial, seria uma oportunidade, e a empresa dizia que completaria o primeiro ano de operações com 50 aviões. Piva também dizia que aportaria R$ 150 milhões de recursos próprios no negócio — e que teria assegurado outros US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões em valores atuais) com investidores árabes que conheceu em Dubai.
Menos de seis meses depois da primeira decolagem, a ITA protagonizou uma das maiores debacles da aviação no Brasil ao suspender todos os seus voos de uma hora para a outra, faltando uma semana para o Natal. Teve o Certificado de Operador Aéreo suspenso pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Desde então, a Viação Itapemirim teve a falência decretada, e o controlador tentou diversas manobras para salvar o negócio aéreo, inclusive a venda, mas não teve sucesso.
Após quase dois anos de investigação, informou a coluna Capital, do GLOBO, o Ministério Público do Estado de São Paulo ofereceu denúncia contra Sidnei Piva de Jesus, dono da Itapemirim, por fraude, estelionato, crime de consumo e frustração de relações trabalhistas em seu projeto de criação da companhia aérea ITA Transportes Aéreos com recursos desviados da empresa de transporte rodoviário.
Fonte: Globo