“Mesmo para quem recebe o diagnóstico de osteopenia [perda gradual de massa óssea] e faz a suplementação com creatina, mas não pratica exercício físico, a creatina não vai ter nenhuma função, nem na massa muscular e nem na saúde”, aponta Duarte, presidente da SBEM-SP.
Nesses casos, o principal tratamento seria a prática de atividades físicas para fortalecer o corpo e uma dieta nutricionalmente rica – a creatina entraria apenas como uma ajuda extra para a construção de massa muscular.
Em relação à dosagem, Fabrício Buzzato aponta que a prescrição pode variar a depender das características de cada pessoa, mas geralmente fica entre 3 a 5 gramas por dia.
Seguindo a ingestão recomendada, o formato – cápsula ou pó – depende da escolha de cada um. As cápsulas podem ser uma alternativa mais prática, mas sua absorção é um pouco mais lenta, já que precisa se dissolver no estômago antes que o conteúdo seja absorvido.
“Não é necessário exagerar na ingestão e não é preciso fazer ciclos de uso – o recomendado é usar continuamente conforme orientação médica”, diz o médico.
Há especialistas que advertem que o consumo em excesso, considerado como acima de 30 gramas por dia, a longo prazo, poderia resultar em disfunções hepáticas e renais, além de possíveis alterações no ritmo cardíaco. No entanto, evidências científicas sobre esse aspecto são escassas e não fornecem uma conclusão definitiva.
Quanto à qualidade do produto, Buzatto adverte é essencial escolher marcas e laboratórios respeitáveis, com boas reputações e testes de pureza.
De acordo com a regulamentação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), uma dose do suplemento deve fornecer de 1,5 gramas a 3 gramas de creatina.
Por que tomar creatina se ela é produzida naturalmente pelo organismo?
Ao contrário de alguns suplementos, como a vitamina C, em que não há necessidade de suplementação para a maioria das pessoas que tem uma dieta saudável, a creatina é um caso especial.
“Para obter a quantidade recomendada de cinco gramas de creatina, você teria que consumir uma grande quantidade de carne [e ainda maior de outros alimentos, como leite]. Adisponibilidade natural da creatina na natureza é limitada, o que torna a suplementação uma escolha sensata.”
Segundo Duarte, ao contrário de outros suplementos, a creatina tem uma ação contínua, então não há uma recomendação específica sobre consumi-la antes ou depois do treino.
“O importante é tomar junto com alimentos que sejam fontes de carboidrato e de proteína, porque assim será mais retida pelo músculo.”
Por: G1