Na ONU, Lula pediu que desigualdade e fome causem indignação mundial para que problemas sejam superados
Durante discurso na abertura da 78ª edição da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (19/9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que a desigualdade e a fome provoquem “indignação” para que tais problemas sejam superados.
“A fome, tema central da minha fala neste Parlamento Mundial 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões de seres humanos, que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã”, disse o presidente, relembrando o sua fala no Parlamento da ONU em 2003.
Para o presidente brasileiro, o combate a desigualdade não avançou nas últimas décadas, afetando diretamente a tentativa global de erradicar a fome.
“O destino de cada criança que nasce neste planeta parece traçado ainda no ventre de sua mãe. A parte do mundo em que vivem seus pais e a classe social à qual pertence sua família irão determinar se essa criança terá ou não oportunidades ao longo da vida. Se irá fazer todas as refeições ou se terá negado o direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar diariamente”, afirmou.
Segundo o presidente brasileiro, falta vontade e ações para que o cenário seja revertido. “O imperativo moral e político de erradicar a pobreza e acabar com a fome parece estar anestesiado”, criticou.
Lula: fome na raiz dos desafios mundiais
Segundo o petista, a desigualdade “está na raiz” dos principais desafios mundiais, e afirmou que falta “vontade política daqueles que governam o mundo” para encontrar soluções que possam tornar o mundo mais justo. Por isso, Lula prometeu utilizar a presidência brasileira no G20 para enfrentar tal cenário.
“Ao assumir a presidência do G20 em dezembro próximo, não mediremos esforços para colocar no centro da agenda internacional o combate às desigualdades em todas as suas dimensões. Sob o lema ‘Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável’, a presidência brasileira vai articular inclusão social e combate à fome; desenvolvimento sustentável e reforma das instituições de governança global”, disse no fim de seu discurso na ONU.
Fonte: Metrópoles