Os profissionais são determinantes para que os direitos humanos do paciente sejam garantidos
No dia 15 de maio é celebrado o Dia do Assistente Social, profissional que contribui com a promoção do bem-estar social e é de extrema importância na defesa dos direitos humanos na saúde. O papel do assistente social é determinante para melhorar o serviço de políticas públicas voltadas para a área.
Como exemplo da dedicação e da importância desse atendimento na assistência dos usuários da saúde, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) mostra a atuação destes profissionais dentro de um dos maiores hospitais e prontos-socorros da capital, o HPS João Lúcio Pereira Machado, na zona leste.
Composta por seis assistentes sociais que trabalham em sistema de plantão doze e seis horas, a equipe realiza como principal atividade o acolhimento aos pacientes e familiares, como explica a coordenadora do serviço social da unidade, Claudia Melo.
“Entre as diversas atividades do nosso dia a dia dentro do hospital, nosso trabalho envolve o preenchimento da ficha social com os dados do paciente e acompanhante, articulação junto às representações dos municípios sobre os pacientes vindo do interior, viabilizar com órgãos competentes na questão de abandono e maus-tratos a idosos, da violência contra a mulher e também articular junto ao SOS funeral (serviço da prefeitura) os óbitos de pacientes em vulnerabilidade socioeconômica para realização do sepultamento”, conta.
Em média, o setor realiza cerca de sessenta atendimentos diários, que vão desde a liberação das refeições dos acompanhantes, orientações com relação às normas e regras do hospital, ao auxílio nas questões sociais dos pacientes referentes a benefícios, como o seguro DPVAT.
Um dos serviços de destaque das assistentes sociais do João Lúcio é a busca por familiares de pacientes sem identificação que estão internados na unidade. Este ano, até maio, o serviço social conseguiu identificar seis pacientes e localizar os seus familiares.
O processo para conseguir identificar pacientes e localizar as famílias recebe dois tipos de classificação: por busca no sistema de cadastramento de usuários do SUS (CadSUS) ou por divulgação de imagens.
De acordo com a coordenadora, para os pacientes que chegam na unidade sem documentação, mas que conseguem se comunicar para informar nome, data de nascimento e outros dados, é realizado a busca junto ao programa de localização e identificação de desaparecidos do Ministério Público e também no CadSUS, já os pacientes não identificados que já chegam na unidade, entubados e sem documentação ou impossibilitados de comunicação, a equipe procura verificar se o paciente possui tatuagens ou cicatrizes que ajudem na identificação e solicita a divulgação das imagens para localizar os familiares. As imagens do rosto de pacientes internados na UTI são vetadas devido às condições clínicas do paciente.
“A divulgação das imagens de pacientes sempre nos traz bons resultados, já tivemos êxito na localização de familiares somente pelas fotos das tatuagens, não só de pessoas que são do Amazonas, mas de pessoas que eram de outros estados”, declara a coordenadora.
Trabalho em parceria – Para conseguir assistir os pacientes de um hospital do tamanho e com a alta demanda do HPS João Lúcio, o serviço social da unidade precisa estar alinhado com os demais setores, como a psicologia e a enfermagem.
Os enfermeiros e técnicos de enfermagem, por lidarem diariamente com os pacientes conseguem identificar situações em que é necessário a atuação do serviço social.
“Como a rotatividade de pacientes é muito grande na unidade, é a enfermagem que nos ajuda a identificar quando tem paciente sem familiar, desacompanhado, quando há idoso abandonado na unidade, quando há dificuldade do familiar acompanhar o paciente, seja por questão social ou financeira, então são eles que acabam nos repassando as demandas”, explica Claudia.
Durante as visitas diárias aos leitos, o serviço social também encontra situações que requerem o auxílio do setor de psicologia da unidade. Geralmente, devido a longa permanência, alguns pacientes começam a apresentar sinais de desgaste emocional necessitando de acompanhamento de um psicólogo.
Desafios da profissão – Para muitos a profissão do assistente social é pautada apenas em ações sociais voltadas para a filantropia, porém o trabalho é voltado para garantias de direitos, de qualidade de vida e dignidade para todos.
Para o profissional que trabalha na saúde, é necessário agir de acordo com o que preconiza o SUS e a Política Nacional de Humanização (PNH) a fim de otimizar as ações junto aos usuários, atendendo suas expectativas, possibilitando respostas aos interesses dessa demanda.
“Tentamos, a cada dia, sermos agentes viabilizadores de direitos, porém há muitos entraves como, as dificuldades em trabalhar com pessoas de vulnerabilidade social, porque tratamos a saúde, mas não temos uma rede social fortalecida, com políticas públicas para que esse paciente continue o tratamento, retome os vínculos familiares. Enfim, lutamos com as armas que temos para darmos respostas satisfatórias às demandas propostas, mas também sentimos nosso dever cumprido quando conseguimos, de fato, responder ao que nos é proposto a cada dia”, finaliza.
Com informações da ACS