Educação Especial: professores reutilizam materiais para confeccionar jogos pedagógicos

Waldecira Lima e Crhistian Rennier
Educação Especial. Foto: Lincoln Ferreira

Materiais do dia a dia que seriam descartados estão sendo reutilizados pelas escolas da Coordenadoria Distrital de Educação (CDE) 1 e ganhando novas finalidades. Na Escola Estadual Princesa Isabel, no Centro de Manaus, a sala de recursos multifuncional está recheada de jogos feitos com papelão, tampas de garrafas e bandejas de isopor, por exemplo.

Muitos dos recursos utilizados foram feitos pelo projeto “A Arte de Reutilizar: Jogos Pedagógicos”, idealizado pela assessora adjunta dos Anos Iniciais da CDE 1, Sandra Regina Vieira e produzidos com o apoio das auxiliares de vida escolar. Ela conta que o projeto foi iniciado após a percepção de que as crianças com necessidades especiais precisam de uma atenção diferenciada, com recursos lúdicos e didática diferenciada.

“É um recurso metodológico que auxilia no aprendizado dessas crianças. As professoras, tanto as auxiliares de vida escolar como as professoras da sala de recurso, trabalhando com lúdico proporcionam um aprendizado diferenciado. São 17 escolas [da CDE1], que a gente desenvolve o projeto, cujo foco são as crianças de educação especial, mas isso não impede que as demais que tenham problema de aprendizado possam também ser trabalhadas”, explica a assessora.

Na escola, há 26 alunos com laudo de necessidades especiais como o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), autismo, síndrome de Down, déficit intelectual e deficiências físicas. Eles assistem a aula regular com suas turmas e, duas vezes por semana, têm o reforço na sala de recursos multifuncionais.

A auxiliar de vida escolar, Waldecira Lima, acompanha um aluno no turno matutino e outro no turno vespertino. Para ela, os jogos funcionam muito como estímulos para a aprendizagem.

“Os jogos atendem muito bem nessa parte, dão muito suporte, contribuem para o desenvolvimento de leitura, raciocínio lógico, concentração e as habilidades que eles têm, pois é sabido que os autistas são crianças inteligentes que desenvolvem áreas diferenciadas de outras crianças. A gente trabalha assim em parceria com professor regente da turma e, no outro horário, a criança vem para sala de recursos, que é justamente para trabalhar mais ainda a parte do reforço escolar deles”, afirma.

Maior interesse 

Crhistian Rennier, de 9 anos, é autista e cursa o 3° ano. Ele diz que se sente feliz porque está aprendendo muitas coisas. “Eu gosto de Matemática, de número. Gosto da sala de recursos, de usar os jogos. Agora, eu já gosto dos meus colegas também. Eu fico muito feliz quando acerto as coisas, porque eu sou inteligente”, garante o estudante.

O colega dele, Otávio Henriques, da mesma idade e série, conta que os jogos pedagógicos o fazem entender melhor os conteúdos. “Eu aprendi a escrever meu nome, as cores, os números. Aqui na sala [de recursos multifuncionais] eu faço as atividades e fico aprendendo sempre”, frisa o aluno, que tem TDAH.

Educação Especial 

A Secretaria de Estado de Educação e Desporto conta com escolas para necessidades específicas como surdez, surdocegueira, cegueira e baixa visão, e também com unidades aptas para receber alunos com deficiências diversas. Para ter o acompanhamento de um auxiliar de vida escolar, é necessário apresentar laudo da deficiência na escola em que o aluno está matriculado.

Com informações da ACS

Compartilhe nas Redes

últimas noticias