Líderes também discutiram sobre matriz energética e o potencial argentino em hidrogênio verde
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, se reuniu nesta quarta-feira (11) com o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, ocasião na qual ambos trataram sobre a guerra na Ucrânia, os impactos no mercado de energia, inflação, relações bilaterais e o acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul.
Sobre as tratativas entre os blocos, o chanceler indicou interesse em seguir com a cooperação e avançar por um acerto. Segundo o alemão, são necessários compromissos vinculantes em termos ambientais e questões florestais existentes para seguir na direção de um acerto.
Fernández afirmou que vê como muito importante avanços no acordo entre Mercosul e UE, e citou a necessidade de cuidar da Amazônia, algo que disse estar de acordo com os europeus.
No entanto, o argentino citou certos “setores protecionistas” da economias europeias, e disse que são o que mais dificulta o acordo. Amanhã, Fernández visitará o presidente francês, Emmanuel Macron, e disse que deverá tratar sobre o tema.
Além disso, Scholz afirmou que ambos estiveram de acordo “com o fato de que os países precisam cooperar em matéria energética”, e lembrou que a Argentina tem grande potencial em hidrogênio verde.
Fernández também apontou para tal fonte, e reforçou o interesse em desenvolver a área. Além disso, o argentino afirmou que seu país é “uma reserva do que o mundo está precisando. Somos uma grande reserva de alimentos e de energia”.
“Somos a segunda maior reserva do mundo de gás não convencional”, disse o presidente. “Creio que a Alemanha, que tem uma história de investimento na Argentina, pode confiar em nosso país”.
Ontem, no âmbito de seu viagem à Europa, Fernández também disse que conversou com o presidente de governo espanhol, Pedro Sánchez, sobre a possibilidade de a Argentina fornecer gás ao continente, levando em conta investimentos europeus.
Segundo Scholz, “ambos concordaram em condenar as injustas agressões russas à Ucrânia, e Argentina deverá fazê-lo nos fóruns internacionais”. Na visão de Fernández, é “uma guerra imoral, especialmente após um acontecimento como a pandemia”.
Por: Matheus Andrade, do Estadão Conteúdo