Explosões abalaram a cidade de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, neste sábado, enquanto a artilharia russa avançava no leste do país, após uma semana em que o número de mortes civis devido ataques de mísseis russos subiu nos centros urbanos bem atrás da linha de frente.
“Há explosões poderosas na cidade! Fiquem em abrigos!”, escreveu Oleksandr Senkevych, prefeito da região de Mykolaiv, que faz fronteira com o porto de Odesa no Mar Negro, no aplicativo de mensagens Telegrama enquanto soavam as sirenes de ataque aéreo.
A causa das explosões não ficou imediatamente clara, embora a Rússia tenha dito mais tarde que havia atingido os postos de comando do Exército na região. A Reuters não pôde verificar os relatórios de forma independente.
Kiev diz que Moscou intensificou os ataques com mísseis contra cidades distantes dos principais campos de batalha no leste do país e que atingiu deliberadamente locais civis. As tropas ucranianas nas linhas de frente orientais, por sua vez, descrevem intensas barragens de artilharia que atingiram áreas residenciais.
A Rússia diz ter como alvo locais militares e nega atingir civis. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que “as Forças Armadas russas não trabalham com alvos civis”.
O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas russas, Valery Gerasimov, inspecionou as tropas russas envolvidas no que Moscou chama de “operação militar especial”, disse o Ministério da Defesa da Rússia, embora não estivesse claro se ele estava na Ucrânia.
A inspeção acontece após ganhos lentos mas constantes das forças russas com a ajuda da artilharia implacável no leste da Ucrânia, um foco para Moscou após ter reduzido seus objetivos de guerra mais amplos de derrubar o governo após a feroz resistência ucraniana.
“Definitivamente, eles estão tentando nos desmoralizar. Talvez algumas pessoas sejam afetadas por isso, mas para nós isso só traz mais ódio e determinação”, disse um soldado ucraniano retornando de Lysychansk, o último bastião da Ucrânia na província de Luhansk.
A Rússia está procurando expulsar as forças ucranianas das províncias de Luhansk e Donetsk, na região industrializada de Donbas, onde os separatistas apoiados por Moscou têm lutado contra Kiev desde a primeira intervenção militar russa na Ucrânia, em 2014.
A agência de notícias TASS da Rússia citou uma fonte próxima às forças apoiadas pela Rússia em Luhansk dizendo que as últimas forças da Ucrânia em Lysychansk estavam sob ataque intenso. “Elas serão derrotadas no futuro próximo se não se renderem”, disse a fonte.
Não foi possível verificar o relatório de forma independente. As autoridades ucranianas não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da Reuters.
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