Principal indicador da bolsa brasileira subiu 0,27%, aos 117.336 pontos, oitavo pregão seguido de valorização
Após oscilar durante a maior parte do dia, o Ibovespa engatou para cima e fechou esta segunda-feira (12) no campo positivo, com reforço nas expectativas da antecipação do corte nos juros pelo Banco Central (BC) e à espera de dados da inflação nos Estados Unidos.
Ainda na pauta global, o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), divulga nesta quarta-feira (14) os novos rumos da política monetária em meio aos sinais de desaceleração da maior economia do mundo, abrindo brecha para a redução dos juros após a sequência de altas iniciada no ano passado.
Diante destas pressões, o principal indicador da bolsa brasileira encerrou com alta de 0,27%, aos 117.336 pontos, o oitavo pregão seguido de valorização.
O clima positivo no mercado global aumenta a propensão de risco dos investidores, contribuindo para a entrada de dólares no país, e, consequentemente, a queda da moeda norte-americana ante o real.
O câmbio encerrou o dia com queda de 0,16%, negociado a R$ 4,868 na venda. Esta é a menor cotação para o dólar desde 6 de junho do ano passado, quando fechou em R$ 4,744.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, deu nova força às apostas de antecipação do corte dos juros ao afirmar nesta tarde que “provavelmente” o país vai registrar inflação negativa em junho, mas que a taxa deve voltar a subir e encerrar o ano próximo de 4,5%.
A previsão já havia sido adiantada por analistas na semana passada após o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerar para alta de 0,23% em maio, abaixo do esperado pelo mercado, com impacto do setor de alimentos.
O presidente do BC ainda disse que as curvas de juros futuros tem registrado “queda relevante” e indicou, sem especificar o momento, que isso abre espaço para corte na taxa básica Selic à frente.
“A curva de juros futuro tem tido queda relevante. Isso significa que o mercado está dando credibilidade ao que está sendo feito, o que abre espaço para atuação de política monetária à frente”, disse.
As falas reforçam a expectativa de antecipação do corte dos juros, atualmente em 13,75% ao ano, já em agosto, conforme também adiantado pelos agentes do mercado na semana passada.
A alta do Ibovespa foi puxada pelas ações da Braskem (BRKM5), com avanço de 6,01%, refletindo a oferta da Unipar para comprar o controle da empresa. Atrás, Assaí (ASAI3) ganhou 5,86%, enquanto Lojas Renner (LREN3) subiu 4,54%.
A alta do pregão foi barrado pela queda de 1,81% da Vale (VALE3) — ação com maior peso no Ibovespa — após nova do minério de ferro no porto de Dalian.
De olho no Fed
Na pauta global, as atenções estão na política monetária dos Estados Unidos. Nesta terça serão divulgados dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de maio, um dos mais importantes termômetros da inflação.
Em abril, o dado teve alta de 0,4% na base mensal e 4,9% em 12 meses, dentro das expectativas dos analistas.
Na quarta-feira, todos os olhos do mercado estarão voltados ao Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed, que deve dar nova luz à estratégia monetária do país.
O colegiado sobe os juros desde março do ano passado, quando a taxa saiu de 0% — 0,25% para 0,25% — 0,50%. Atualmente, os juros estão entre 5% e 5,25%.
Os recentes sinais de desaceleração da economia, sobretudo dados do mercado de trabalho, reforçam as apostas para uma pausa dos juros. O movimento tende a dar força ao mercado de ações com a realocação de investidores baseados na renda fixa.
Fonte: CNN