“Com relação ao cenário fiscal, tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”, avaliou o BC.
A lógica é que, sem o atingimento da meta fiscal, o governo contribui para elevar o montante de recursos disponíveis na economia – e, consequentemente, há mais dificuldade em atingir as metas de inflação fixadas para 2024 e para 2025.
A instituição reiterou a visão de que um eventual “esmorecimento” no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, assim como o aumento do crédito direcionado (BNDES, rural e habitacional, com juros menores) e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia (que controla a inflação e permite crescimento do PIB).
O texto cita ainda, como consequência desse cenário, possíveis “impactos deletérios sobre a potência da política monetária [de definição da taxa de juros] e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”.
“O trecho mais importante na ata é quando o Copom destaca que ‘a evolução prospectiva do hiato do produto e a dinâmica do mercado de trabalho serão muito relevantes para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta’”, diz Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura.
“Isto é, o Copom só mudará seus planos se a economia tiver uma desaceleração mais intensa, o que poderia levar à uma queda da inflação mais rápida, o que respingaria no processo de reancoragem das expectativas.”
Outro destaque desta terça-feira (19) ficou com a elevação da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco S&P Global Ratings. O rating do país passou de BB- para BB, com perspectiva estável.
Essa classificação ainda indica uma posição de “grau especulativo”. Isso significa que o país ainda enfrenta incertezas em relação a condições financeiras, mas a subida de nota agora coloca o Brasil a dois degraus do “grau de investimento”.
A empresa anunciou na madrugada desta terça-feira que Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e outros credores aceitaram acordo para apoiarem o plano de recuperação judicial da companhia, que foi à votação em assembleia nesta tarde. Até o fechamento dos mercados, a assembleia ainda não havia sido concluída.
Além de BB e Caixa, “diversos outros detentores de títulos de valores mobiliários da companhia” também aderiram ao acordo. Com as novas adesões ao acordo de apoio, chamado pela Americanas de PSA, o plano de recuperação judicial da empresa conta com adesão de “parcela significativamente superior a 60% da dívida da companhia”.
No exterior, ainda repercutiram falas de membros do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) sobre a decisão da semana passada de manter os juros americanos inalterados. Ontem, falaram os presidentes das distritais de Cleveland e Chicago.
Loretta Mester, de Cleveland, acredita que os cortes de juros não vão acontecer no curto prazo, uma vez que a discussão central ainda é saber por quanto tempo os juros terão de ficar no patamar atual de 5,25% a 5,5%.
Austan Goolsbee, de Chicago, uma das vozes mais “dovish” do atual comitê do Fed, comemorou o progresso na inflação, mas disse ter ficado “confuso” com a reação do mercado à decisão de juros e à coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell na semana passada.
Por: G1