Internos do sistema prisional do Amazonas ganham bolsas integrais de Ensino Superior à Distância

Internos do sistema prisional do Amazonas ganham bolsas integrais de Ensino Superior à Distância

FOTOS: Divulgação/Seap
FOTOS: Divulgação/Seap

Dezesseis internos do sistema prisional do Amazonas foram contemplados com bolsas integrais de estudo para cursar Ensino Superior à Distância (EaD), pela Universidade Anhanguera. Foi por meio da parceria entre Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Instituto Kroton, juntamente com a Fundação Pitágoras, que o sonho desses internos se tornou realidade.

Os 16 reeducandos são das quatro principais unidades prisionais da capital: Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj); Centros de Detenção Provisória de Manaus I e II (CDPM 1 e 2); e Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat). Todos localizados no Km 08 da BR-174 (Manaus-Boa Vista). Os contemplados do Compaj e do CDPM 2 já iniciaram as aulas e os demais aguardam liberação na plataforma da Universidade.

O interno do CDPM 2, Maurício Teixeira (nome fictício), 38, participou do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) diversas vezes e conseguiu aprovação em seis ocasiões, porém não teve a oportunidade de efetivar a matrícula. Agora, Maurício ganhou a chance de fazer o Curso Tecnólogo de Processos Gerenciais e começa a estudar de dentro da unidade, onde cumpre pena há 11 anos.

O reeducando sempre se interessou pela área administrativa e há nove anos trabalha como auxiliar de biblioteca no sistema penitenciário, além de ser responsável pela serigrafia do CDPM 2, onde trabalha com remuneração e remição de pena pelo programa de ressocialização da Seap, “Trabalhando a Liberdade”. “Eu trabalhava como estoquista, antes de ser preso, e hoje estou tendo a oportunidade de fazer uma faculdade para sair daqui de cabeça erguida e ser respeitado lá fora”, comemora Maurício.

Arnaldo Jorge (nome fictício), 41, é outro reeducando do CDPM 2 que ingressou no Curso Tecnólogo de Empreendedorismo. Ele trabalha há oito meses na manutenção da unidade prisional, sendo remunerado e recebendo remição da pena. Escolheu o curso de Empreendedorismo por ter trabalhado, anteriormente, na área de comércio e serviços de equipamentos de informática. “Quando sair daqui quero montar o meu próprio negócio na área de TI”, revela.

Para a diretora da Escola de Administração Penitenciária (Esap), Sônia Cabral, as parcerias com as universidades são de extrema importância no processo de ressocialização. “Hoje nós temos muitos internos que já concluíram o Ensino Médio e isso requer que busquemos meios para que eles continuem estudando, que façam uma graduação, um curso técnico. E nesse sentido a colaboração conjunta com as universidades privadas faz toda a diferença”.

Trabalho conjunto – Nos CDPM’s 1 e 2 foram montadas duas salas de aula equipadas com computadores e sistemas de segurança e controle de navegação, em cada unidade. Trabalho conjunto da Seap com a empresa cogestora New Life Gestão Prisional.

“Tivemos que unir esforços para possibilitar o ensino superior dentro das unidades por meio da EaD, usando a tecnologia e aplicando todos os mecanismos de segurança cibernética, para garantir que os alunos acessem única e exclusivamente os conteúdos das plataformas de ensino. Educação, formação profissional e trabalho formam o tripé da ressocialização dos nossos reeducandos”, afirma Alexandre Calixto, gerente de ressocialização da New Life.

Continuidade – O ensino superior por meio de bolsas integrais é o segundo meio dos presos garantirem um diploma. A Seap também tem parceria com a Universidade Estácio de Sá, desde meados de 2020, no Compaj, onde já existem três turmas, com dez reeducandos cada, cursando uma faculdade. A mesma parceria já está firmada no Ipat, e seis internos já estão matriculados, aguardando apenas o início dos cursos.

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