A denúncia foi feita pelo Jornal Folha de São Paulo nessa quarta-feira. O fato aconteceu em fevereiro e envolve a médica Michelle Chechter.
Internada na UTI do Instituto da Mulher e Maternidade Dona Lindu após parto de emergência, Jucicleia de Sousa Lira de 33 anos, lutava contra complicações da Covid-19, onde foi submetida sem autorização do marido a procedimento experimental com nebulização de hidroxicloroquina. O marido ficou sabendo do procedimento após um vídeo que circulou na internet e foi gravado pela própria médica a ginecologista e obstetra Michelle Chechter.
O viúvo, Kleison Oliveira da Silva, que recebeu o vídeo enviado pela irmã que mora em Santarém/PA afirma que durante conversas no hospital não foi consultado pela médica sobre o procedimento. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o medicamento não tem efeitos contra a Covid-19 e pode ainda gerar reações adversas.
Outras três morte podem estar relacionadas ao tratamento no IMMDL, um dos casos a médica para convencer a família disse que a hidroxicloroquina tinha apoio do Presidente Bolsonaro e por isso as críticas contra o procedimento. O vídeo publicado pela médica nas redes sociais gerou milhares de visualizações, principalmente depois que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni (DEM), publicou no Twitter apoiando a iniciativa da médica.
Kleison chegou a ficar feliz após ver o vídeo da esposa aparentemente em recuperação, sorrindo durante o procedimento, “O pessoal lá de casa ficou animado, mas era uma notícia falsa”, afirmou ele.
No vídeo gravado Chechter induz a paciente a confirmar a eficácia do tratamento, mostra o monitor com taxa de saturação oscilando entre 87% e 95% e orienta Jucicleia, “vai respirando fundo”. O procedimento foi criado pelo médico ucraniano-americano Vladimir Zelenko em 2020 e ganhou repercussão após Donald Trump então presidente dos Estado Unidos, defender o uso do procedimento em pacientes da Covid-19.