Não condenem Faro: o próprio Gugu perguntaria da audiência

Compreende-se a interpretação imediata: apesar de choroso, Faro estaria mais preocupado com seu desempenho de audiência do que em exaltar a memória do saudoso colega de emissora.

Mas quem trabalha ou já trabalhou em TV consegue enxergar além do óbvio. Qualquer apresentador que atua ao vivo é refém do ‘peoplemeter’, o aparelho que afere a audiência minuto a minuto. Em quase todo estúdio de TV há um monitor onde os dados são gerados. Alguns apresentadores acompanham os números por um aplicativo de celular.

Perguntar a respeito da audiência faz parte do ritual de quem está diante e atrás das câmeras com a missão de vencer a concorrência – e, assim, suavizar a pressão às vezes explícita, às vezes velada, da direção do canal.

O próprio Gugu admitiu ser um viciado em conferir o Ibope na época de suas atrações ao vivo, quando ancorou inúmeras coberturas da morte de famosos. Ele exigia receber as informações a todo instante, a fim de tomar decisões no palco, como esticar ou abreviar uma entrevista.

Sim, é cruel usar números frios para determinar o que fica e o que sai do ar. Sim, pode ser espantoso ver um apresentador se preocupar com a audiência em uma homenagem póstuma. Mas dessa maneira funciona a TV. Os bastidores são bem menos agradáveis do que o público imagina.

FONTE https://www.terra.com.br/diversao/tv/blog-sala-de-tv/nao-condenem-faro-o-proprio-gugu-perguntaria-da-audiencia,85604561ebd9395f95ede9ddaabd7122jxrgaiir.html

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