Otan pensa em presença militar permanente no Leste europeu

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse que a aliança atlântica considera o estabelecimento de presença militar permanente no Leste europeu para conter possível invasão russa.

“Independentemente de quando e como termine a guerra na Ucrânia, ela já teve consequências de longo prazo para a nossa segurança”, disse Stoltenberg ao jornal britânico The Telegraph.

Em entrevista divulgada nesse sábado (9), o secretário disse que “a organização precisa adaptar-se a essa nova realidade. E é exatamente isso que estamos fazendo”.

A Otan está “no meio de uma transformação fundamental”, que tomará decisões sobre um destacamento permanente no Leste europeu, na cúpula da aliança, agendada para 29 e 30 de junho em Madri, afirmou.

Para ele, a Otan é a aliança mais bem-sucedida da história por duas razões. “Uma é que conseguimos unir a Europa e a América do Norte. A outra é que conseguimos mudar quando o mundo está mudando”.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a organização mobilizou 40 mil, incluindo tropas portuguesas, para o flanco Leste, que se estende do Báltico ao Mar Negro.

Em 25 de março, Stoltenberg defendeu o reforço da presença militar da Otan no Ártico como resposta à maior atividade russa na região, que considerou de importância estratégica.

A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre eles 197 menores, segundo dados recentes da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). As Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções econômicas e políticas a Moscou.

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