Nove itens básicos da lista de material escolar das escolas podem ter diferença de até 17% no valor total das compras
O consumidor, que se prepara para a volta às aulas das crianças, pode encontrar diferença de até 17% do valor total de nove itens básicos da lista do materiais escolares como caderno brochura, apontador com depósito, resma de papel ofício, lápis, tesoura, borracha, cola branca, lápis de cor e pasta.
A crise econômica teve efeito o nivelamento por baixo nos preços de vários materiais. Para economizar, o consumidor precisa pesquisar bastante. A maioria dos preços unitários, mais baratos, entre as lojas que a reportagem pesquisou variam centavos, mas o preço final da compra pode ter uma variação significativa.
Avó de dois netos, Joana Tenório comprou a lista de material escolar na Livraria Lira. De acordo com ela, a filha realizou a pesquisa de preços pela internet. “Aqui nós encontramos mais em conta para comprar”, disse. Acompanhada do neto, Tenório, afirmou que mesmo que o menino pedisse algo fora da lista sabia dizer “não”.
Em relação aos preços do ano passado, Patrícia Silva conta que os preços estão relativamente mais caros. “A escola às vezes pede coisas que a criança nem vai usar e ainda pedem uma cota para comprar material de limpeza”, reclamou.
Vendas
Para o diretor da Livraria Lira, Erick Lira, as vendas mantiveram a mesma média de 2017. “Nós temos que combinar que isso já é grande coisa. Não dá pra crescer, mas conseguindo manter está muito bom”, assegurou.
O diretor contou que pôde perceber uma antecipação das compras para a aquisição do material escolar já no mês de dezembro. “Nada muito significativo, mas comparado ao ano anterior, a gente viu que teve uma procura maior. […] Desafoga a demanda de janeiro”, contou.
Segundo Lira, a movimentação começa a ficar mais intensa na segunda quinzena deste mês até o carnaval.
E para atrair ainda mais a clientela, a Livraria Lira está com a promoção de que a cada R$ 100 em compras dá a oportunidade de concorrer a um carro zero quilômetros (Km).
Já a loja RPV da Amazônia somente teve procura dos pais com as listas no início do mês. O gerente de Recursos Humanos, João Alexandre Valente, destacou que buscam atender ao máximo a necessidade dos clientes. “A movimentação vai durar até o final de janeiro e início de fevereiro. Depois irá amenizar, uma vez que as aulas iniciam”, pontuou Valente.
A RPV também trabalha com desconto caso sejam comprados itens em grandes quantidades.
A Metro Importação é uma papelaria especializada em material técnico, porém alguns pais também vão pesquisar material escolar. “Como trabalhamos com material técnico para desenho, arquitetura, o movimento de vendas maior começa no mês de fevereiro e março, devido a volta às aulas das faculdades”, informou a vendedora da loja. Tatiana Lima.
Blog: Kellen Moraes Universitária
Não senti tanto a alteração de preços esse ano como os materiais do ano passado quando comprei. Resolvi dividir em três meses as compras, em novembro, dezembro e janeiro. Comprando cada mês uma parte e deixei por último apenas alguns itens que faltavam da papelaria. Então saiu mais barato do que o ano anterior, o impacto de vir uma fortuna logo de uma única vez não foi tão grande. As compras de material escolar estão tranquilas para mim. Comprei a metade no ano passado. No início desse mês comprei o restante o que se tornou mais “leve” no bolso financeiramente.
Comprei com preços menores (mais baixos), por conta do período da demanda eu acredito, já que comecei a comprar com antecedência. Ano passado comprei os materiais no final de janeiro e saíram muito mais caros, por conta da época.
Minha filha tem seis anos e vai para o 2º ano do fundamental.
Compra por site é alternativa
Aos pais que querem economizar na compra de livros didáticos ou paradidáticos, o site de compras e vendas OLX é uma opção com anúncios de livros usados em bom estado sendo vendidos por preços simbólicos.
A técnica em enfermagem Núbia Queiroz disse que gastou no ano passado R$ 980 em livros para o filho e atualmente está vendendo os livros do 6º e 7º ano da coleção “Eu Gosto Mais”. “Eu aprendi que não podemos jogar ou deixar o livro parado. Estou no 10º período de enfermagem e tem alguns livros acadêmicos que agora eu posso colocar com um valor simbólico para ajudar outras pessoas”, disse.
Queiroz exemplifica que um livro de Anatomia que custou R$ 400 pode ser vendido por R$ 70 no site.
Adepta dos anúncios da OLX, a autônoma Fabrícia Bezerra está vendendo livros paradidáticos por R$ 20 cada, além de livros do 6º ao 9º ano.
“Em tempos de crise é preciso recorrer para essas opções. Se tem a opção de comprar no início do ano, como meu marido fez na OLX, em bom estado, não é preciso depender dos valores da livraria”, explicou a autônoma.
Dicas para economizar
#A coordenadora da da Comissão de Defesa do Consumidor da ALE-AM, Rosely Fernandes, dá dicas sobre a compra do material:
#Reutilize os produtos do ano passado que ainda estão em bom estado;
#Organize um bazar de trocas de artigos escolares entre amigos ou vizinhos;
#Pesquisar é muito importante! Compare marcas e estabelecimentos e fique atento;
#Pode valer a pena comprar os livros didáticos diretamente da editora;
#Outra opção para compra de livros é pesquisar em sebos, inclusive pela internet;
#Evite artigos sofisticados, com características de brinquedo, ou com personagens infantis licenciados;
#A instituição só pode recomendar que a criança não reutilize um livro usado se a obra estiver desatualizada;
#A escola também não pode exigir marcas ou locais de compra específicos;
#A escola não pode solicitar produtos de uso coletivo, como os de higiene e limpeza;
#Fique atento às exigências feitas, porque não é raro haver abusos. Você pode comprar a quantidade que acha necessária e ir comprando o restante quando for necessário.