Prefeitura alerta que trotes e ligações indevidas atrapalham fluxo de atendimento no Samu 192

A Prefeitura de Manaus está alertando a população para que não faça trotes ou ligações indevidas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu 192, uma vez que os pedidos falsos de socorro comprometem o fluxo de atendimentos e pode prejudicar quem realmente precisa de assistência. Neste ano, de janeiro a abril, 9.708 trotes foram registrados no serviço, gerenciado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
 
 

 
 
A enfermeira Elessandra Sicsú, supervisora de plantão do Samu 192, explica que quando o usuário liga, o atendimento inicial é feito pela equipe Técnico-Auxiliar de Regulação Médica (TARM), para registro dos dados iniciais. Em seguida, o médico regulador conversa com o solicitante para avaliar o quadro do paciente e definir a urgência do atendimento.
 
“Esse processo faz com que as pessoas percam a paciência algumas vezes, por conta do nervosismo diante da situação que estão enfrentando, mas é necessário para que seja enviada a viatura adequada ao quadro do paciente. Quando não é um caso de urgência ou emergência, os médicos dão todas as orientações para que o solicitante busque outra forma de atendimento, pois o papel do Samu é prestar socorro a casos com risco iminente de morte”, ressalta.
 
O Samu 192 atua com Unidades Móveis de Suporte Básico de Vida (USB), Unidades Móveis de Suporte Avançado (USA), motolâncias, entre outras unidades, de acordo com a gravidade da situação apresentada pelo solicitante. Nos quatro primeiros meses deste ano, o Samu 192 recebeu 78.956 ligações em Manaus, e apenas 24.047 apresentavam quadro de urgência para o envio da unidade móvel.
 
Olivia Queiroz, uma das médicas reguladoras do Samu na cidade, informa que o fluxo de atendimento é prejudicado quando o solicitante mente sobre o real estado de saúde do paciente, ou quando os pacientes não estão em condições graves, mas solicitam condução até uma unidade de saúde, por exemplo.
 
“Já aconteceu de o solicitante relatar que o paciente levou um tiro ou facada, ou seja, sinal de gravidade, e a gente mobilizou uma USA ao local, que é a unidade avançada com equipe composta por médico e enfermeiro. Chegando lá, a equipe encontrou o paciente alcoolizado, que sofreu uma queda e um corte no supercílio. Ou seja, naquele momento, pode ter deixado de socorrer um paciente que estava com sinais graves, realmente precisando daquilo para sobreviver”, lembra.
 
De acordo com ela, também são recorrentes ligações indevidas quando a família quer verificar pressão arterial ou sinais vitais de um paciente, ou quer uma consulta com o médico, em domicílio, para prescrição de um medicamento. Nesses casos, os familiares são orientados a buscar a unidade de saúde mais próxima, pois esses serviços são disponibilizados pela Atenção Primária, e não pelo Samu.
 
Atendimentos
 
De janeiro a abril deste ano, as unidades móveis do Samu 192 foram deslocadas para 16.516 ocorrências em Manaus, com média de 4,1 mil atendimentos mensais.
 
A médica Ana Carmem, que também faz parte da equipe de regulação do Samu, explica que, além de atender as ligações dos solicitantes, eles acompanham por rádio as equipes atuantes nas ruas, para indicar a melhor conduta em relação ao atendimento e a unidade para onde o paciente será encaminhado.
 
”A gente oferece todo tipo de orientação para a população que telefona, mas cabe a nós, médicos reguladores, definir se a unidade móvel deve ser encaminhada ou não, e qual o tipo da viatura adequada. É difícil fazer essa distinção sem examinar pessoalmente o paciente, mas precisamos ter essa compreensão a partir das informações que o solicitante está repassando por telefone, por isso elas precisam ser claras e verdadeiras”, pontua Ana Carmem.
 
A médica acrescenta que, após o pedido de unidade móvel ser efetivado, todas as informações sobre aquele usuário são repassadas do Rádio Operador aos profissionais que estão nas ambulâncias.
 
“O Rádio Operador tem acesso ao GPS de todas as ambulâncias, então ele vai liberar a unidade que esteja mais próxima ao endereço do solicitante. Sempre o protocolo do Samu é levar o socorro o mais rápido possível, e gerenciar o paciente para o local mais próximo e que ofereça o atendimento que ele precise”, disse.
 
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Texto – Victor Cruz / Semsa
Fotos – Divulgação / Semsa

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