Professores fincam cruzes em protesto contra o retorno das aulas presenciais em Manaus

O ato aconteceu na na rotatória do Produtor, na Avenida Autaz Mirim, Zona Leste de Manaus. Dezenas de cruzes foram colocadas no gramado da rotatória como forma de representação pelas mortes causadas pela Covid-19.
Além das cruzes, uma placa com a frase “Escola fechada, vidas preservadas” foi estendida no local. O professor Kennedy Pinheiro, integrante do Coletivo Luta Educador, informou que o ato é uma crítica ao retorno “precipitado” das aulas.
“Há uma oscilação muito grande. Um dia tem 500 casos, outro dia 900, portanto não há um controle ainda da pandemia. Frente a tudo isso, entendemos que é precipitado, um risco reabrir escolas. Colocar em circulação mais de 100 mil estudantes diariamente nos coletivos, nas ruas nas escolas, representa uma ameaça a vida dos estudantes e dos trabalhadores em educação”, disse.
O professor ressaltou que parte da categoria dos educadores é composta por pessoas do grupo de risco. “Isso acaba sendo muito perigoso para a vida do trabalhador. Na questão dos alunos, além de poderem se infectar, podem tá levar vírus para os parentes em casa”, contou.
Nesse primeiro momento voltam às escolas alunos do Ensino Médio e da modalidade de Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Estudantes do Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) devem voltar às escolas em 24 de agosto. As escolas públicas municipais de Manaus seguem sendo as únicas que ainda não retornaram. No interior do estado do Amazonas, as aulas seguem pela televisão e sem previsão para o retorno presencial.
“O Amazonas é o primeiro estado a retomar as atividades presenciais”, disse Luís Fabian Barbosa, titular da Secretaria de Educação e Desporto (Seduc).
A volta ocorre cerca de quatro meses após a capital sofrer, em abril, com colapsos no sistema de saúde e no sistema funerário por conta da pandemia, que já infectou mais de 106 mil pessoas em todo o estado e matou mais de 2 mil amazonenses.
De acordo com a Seduc, a volta às salas de aula será de maneira gradativa e híbrida e com apenas com 50% da capacidade. Os estudantes serão divididos em grupos e só comparecerão às aulas em dois dias da semana. Nos outros, seguirão acompanhando, de casa, as teleaulas.

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