Laboratório de Sistemas Embarcados (LSE-HUB/UEA) cria dispositivo capaz de reconhecer furtos, roubos e até acidentes de trânsito com motocicletas
Quem não acorda todos os dias e fica sabendo, pelos jornais, sobre acidentes, roubos, furtos e mortes no trânsito relacionados a motocicletas? Isso chamou a atenção de alunos dos cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia Eletrônica da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que, por meio de um projeto de extensão coordenado pelos professores Fábio Cardoso e Israel Gondres, desenvolveram um protótipo-conceito capaz de, a partir de sensores embarcados, reconhecer e sinalizar ao proprietário da moto que está ocorrendo uma tentativa de furto.
O sistema também é capaz de neutralizar um roubo, desligando o circuito elétrico da moto em um tempo pré-determinado e mostrando sua localização por GPS, para que seja recuperada. Foi projetado ainda para reconhecer um acidente de trânsito e, automaticamente, emitir alerta ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o que proporciona maior agilidade no atendimento de primeiros socorros, potencializando as chances de sobrevida do condutor.
“Basicamente, os projetos nascem em função da interpretação de um problema cotidiano, por parte de um conjunto de pessoas – no nosso caso, estudantes dos cursos de Engenharia Elétrica e Engenharia Eletrônica –, que afeta a sociedade de forma direta. Foram utilizados elementos da metodologia PBL (Project Based Learning, ou aprendizado baseado em projeto), implementamos ferramentas e técnicas no contexto acadêmico tanto quanto na prática”, explica o coordenador do projeto, Fábio Cardoso, engenheiro biomédico e coordenador de projetos no Laboratório de Sistemas Embarcados (LSE-HUB/UEA).
O reitor da UEA, André Zogahib, se diz satisfeito com o resultado dos estudos dos alunos de Engenharia e reafirma o compromisso de sua gestão com os projetos de pesquisa e extensão. O objetivo, segundo ele, é ajudar no crescimento desses futuros profissionais para que, no futuro, possam contribuir com a sociedade por meio dos conhecimentos adquiridos nos bancos da universidade.
Sistema ajuda a salvar vítima
O sistema também está predisposto a reconhecer padrões de sinais vitais do condutor da moto. Isso pode se tornar a diferença entre a vida e a morte em caso de acidentes no trânsito. São essas informações que garantem à equipe de socorro o necessário para poder trabalhar de forma mais assertiva e eficaz.
“Esse é um protótipo-conceito. Ele é considerado o primeiro passo em direção a um produto comercial. Após esta etapa, é desenvolvido o protótipo-produto e, então, o produto. Estamos abertos a investimentos por parte da indústria, já que esse sistema representa um impacto positivo gigantesco ao cotidiano de quem se vale dos veículos de duas rodas como meio de transporte ou trabalho”, salienta o professor Fábio.
“O sistema assegura um direito básico do cidadão, que é o direito à segurança. Além de um sistema antifurto, com a tecnologia embarcada, podemos criar mecanismos e executar protocolos de socorro capazes de reduzir os trágicos números das atuais estatísticas”, comenta o professor Israel Gondres.
O laboratório de Sistemas Embarcados, por meio de seus alunos desenvolvedores, cria soluções para problemas reais e relevantes ao público em geral, por meio da inovação e tecnologia.
Equipe de desenvolvedores
A equipe, composta pelos alunos Felipe Corrêa, Carlos Emanuel e Ana Maciel, desenvolveu, de forma cooperativa com os alunos do LSE, Arlley Gabriel e Matheus Assunção, o protótipo-conceito. O objetivo é pôr à prova todas as várias funcionalidades do sistema, dotado de sensores e camadas de segurança, a fim de manter seu funcionamento em caso de possíveis danos.
Com informações da ACS