SES-AM e Opas discutem estratégias para novos cenários da Covid-19 no Amazonas
Consultores da Opas auxiliam o estado nas tomadas de decisão e medidas adotadas na vigilância epidemiológica e na assistência
Em reunião virtual neste sábado (27/03), a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) discutiu com representantes no Brasil da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) novas estratégias de enfrentamento à pandemia de Covid-19. A SES-AM já trabalha na revisão do Plano de Contingência Estadual para o Recrudescimento da Covid-19, com o objetivo de preparar a rede para a possibilidade de uma terceira onda da doença no estado.
Na próxima semana, os consultores da Opas retornarão ao Amazonas para auxiliar o estado nas tomadas de decisão e nas medidas que estão sendo adotadas na área de vigilância epidemiológica e na assistência. O planejamento visa ações de mobilização e desmobilização de leitos, conforme o cenário epidemiológico, além de estratégias para as áreas da assistência hospitalar, atenção primária e vigilância epidemiológica.
“Estamos discutindo novas estratégias, observando que ainda temos registros de casos, embora também vemos uma pressão hospitalar reduzida, e um cenário internacional onde países europeus já vivem a terceira onda; considerando, também, fatores que envolvem possibilidade de mutação do vírus, os efeitos da vacinação, entre outros”, observa o secretário de Estado de Saúde Marcellus Campêlo, ao lembrar que o comportamento da Covid-19 no Amazonas se assemelha ao cenário europeu e ao do hemisfério Norte.
O evento reuniu a área técnica da SES-AM – sob o comando do secretário Marcellus Campêlo – e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), além dos especialistas do Comitê Científico do Estado.
A Opas sugere planos de contingência de longo prazo, que levem em consideração a rápida mobilização para a conversão de leitos, tendo em vista que os intervalos entre uma onda e outra estão ficando menores. “Podemos trabalhar na próxima semana e lidar com esses cenários de baixo, médio e alto risco, para que vocês possam se planejar com base nesses cenários”, disse a coordenadora da Unidade Técnica de Vigilância, Preparação e Resposta a Emergências e Desastres da Opas, Maria Almiron.
De acordo com a médica coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas de São Paulo e consultora externa da Opas, doutora Ho Yeh Li, o vírus não segue a sazonalidade. Ela alerta para as medidas não farmacológicas, como o uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social. “É muito importante se preparar”, enfatizou.
O secretário Marcellus Campêlo afirmou que as informações apresentadas pela Opas sobre as ondas do novo coronavírus mundo afora vão subsidiar a reformulação do plano de contingência.
“Já trabalhávamos com essa similaridade com a Europa e isso fica cada vez mais claro. Nos preocupa o intervalo mais curto entre as ondas e que o vírus não respeita a sazonalidade. É preocupante, porque a gente sempre tem a nossa sazonalidade aqui como um fator histórico muito importante nos casos das síndromes respiratórias”, explicou o secretário.