‘Encontrei jovens evoluindo de forma grave’, diz Thelma, vencedora do ‘BBB’, que atuou contra a Covid em Manaus
Por: João Arruda em 28/03/21 05:29
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Vencedora da edição do ano passado do “Big Brother Brasil”, a médica Thelma não tem visto só o lado bom da vida. Semanas atrás, foi como voluntária para Manaus, atuar na linha de frente do combate à Covid-19. Lá, assustou-se com a quantidade de jovens que estão sucumbindo ao vírus. Neste papo, a médica fala sobre sua experiência no Amazonas, seus novos projetos e, é claro, sobre “BBB”.
Como aconteceu sua ida a Manaus para enfrentar a epidemia? Foi motivada pelo colapso no sistema de saúde lá ou já havia uma programação?
A minha ida a Manaus não foi planejada. Ela foi influenciada pelo colapso do sistema de saúde. Começou com uma ação humanitária que a gente criou pra ajudar comprando cilindros de oxigênio, e eu quis ajudar de alguma forma de maneira profissional. Foi o que motivou minha ida.
O que você presenciou de mais horrível por lá?null
Eu presenciei em Manaus algo que me chamou muita atenção, que foi o número de pacientes jovens evoluindo de forma grave. Achei que fosse encontrar pacientes com doenças prévias, pacientes mais idosos, e não. Encontrei pacientes de meia-idade e também bastante adultos jovens..
Houve algum momento bom? A alta de um paciente, o alívio de uma família?
Em Manaus, os momentos bons foram as trocas que tive com os profissionais de saúde, com as enfermeiras. De conversar, de viver aquele ambiente hospitalar novamente, e entender que, apesar de um ano trabalhando, eles continuam super-dedicados, esperançosos de que isso melhore. E também um paciente, que eu presenciei tendo alta da UTI e indo pra enfermaria. https://6c50d07d6fdc79a1d0927b0d714e1b7e.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Foi bastante comemorada a formação do novo “Big Brother”, por causa da representatividade. O que você achou? Acredita que sua participação teve influência nisso?
Eu fiquei muito feliz que essa edição do “Big Brother” trouxe bastante representatividade, tanto do ponto de vista racial, quanto do ponto de vista LGBT. Eu acho que não só minha participação… Eu acho que a gente saiu de um ano em que a pauta racial foi debatida, discutida, e isso acabou influenciando na escolha do elenco do “BBB 21”.
Você continua recebendo ataques racistas nas redes? Tem tomado providências?
Depois que eu tomei as medidas cabíveis com relação às injúrias raciais que eu sofri na internet, elas diminuíram. Acho que aos poucos estou conseguindo mostrar que internet não é terra de ninguém. De vez em quando, infelizmente, ainda acontece, mas sempre que acontecer eu vou tomar providências judiciais, porque as pessoas que cometem esse tipo de crime têm que pagar por ele.https://6c50d07d6fdc79a1d0927b0d714e1b7e.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Acredita que daqui pra frente sua carreira continuará muito ligada à Medicina ou tem projetos diferentes, até por causa da sua capacidade de influenciar e por seu discurso?
Eu tenho utilizado essa capacidade de influenciar da forma mais positiva que eu consigo. Gosto muito de trabalhar com comunicação, gosto muito de televisão, de entrevista. Então, quero desenvolver bastante esse meu lado comunicóloga, apresentadora. Pra Medicina, eu quero me dedicar ao meu projeto de ter um ONG, de partir mais pra esse lado assistencial de demanda cirúrgica reprimida.
O Drauzio Varella é uma inspiração para você?
Dráuzio Varella é uma inspiração pra mim, uma referência, como um profissional que é dedicado à Medicina e é dedicado à orientação da Medicina de forma correta. Mas, além de servir como inspiração, ele serve como exemplo de que o estereótipo do médico homem, mais velho, detentor do conhecimento, branco, esse estereótipo aos poucos pode ser quebrado também. Então, eu como médica, mulher, negra, também aos poucos quero somar desse papel de comunicação que envolva assuntos da Medicina.null
Por quem você está tocendo no “BBB”?
Em relação à torcida do BBB 21, será pelo Gilberto, porque me identifiquei com ele, porque ele entrou pela pipoca, ele torceu por mim no ano passado, então, a identificação é recíproca. Se ele torceu por mim, provavelmente ele também se identificou comigo desde sempre. Estou aqui de fora acompanhando e torcendo muito por ele.