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Urgente: Justiça determina prisão de mãe, irmão de ex-sinhazinha e funcionários de salão


O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) decretou a prisão preventiva de Cleusimar Cardoso e Ademar Farias, mãe e irmão, respectivamente, da ex-item do Boi Garantido, Dilemar Cardoso Carlos da Silva, conhecida como Djidja Cardoso. Além deles, também foram presos três funcionários do salão de beleza Belle Femme, onde Djidja era sócia: Verônica da Costa Seixas, Marlisson Vasconcelos Dantas e Claudiele Santos da Silva.

O mandado de prisão foi expedido na quarta-feira, 29, pela central de plantão criminal do TJAM, e a REVISTA CENARIUM teve acesso exclusivo ao documento. Além das prisões, a Justiça ordenou a busca e apreensão na residência dos familiares de Djidja.

Os crimes listados no mandado são “estupro”, “associação para o tráfico de drogas” e “venda de drogas”. O documento não especifica quais crimes são atribuídos a cada um dos envolvidos. No caso do irmão de Djidja, Ademar, são mencionados os seguintes crimes: Artigo 213 da Lei 2.848 (estupro), Inciso 1º do Artigo 35 da Lei 11.343 (associação criminosa) e Inciso 1º do Artigo 35 da Lei 11.343 (tráfico de drogas). Os alvos do mandado de prisão são:

  • Ademar Farias Cardoso Neto, irmão de Djidja Cardoso;
  • Cleusimar Cardoso Rodrigues, mãe de Djidja Cardoso;
  • Verônica da Costa Seixas, gerente do salão de beleza Belle Femme;
  • Marlisson Vasconcelos Dantas, cabeleireiro do salão de beleza Belle Femme;
  • Claudiele Santos da Silva, maquiadora do salão de beleza Belle Femme.

O Artigo 213 da Lei N° 2.848 trata de “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”, com pena de seis a dez anos de reclusão.

Outro crime citado é o tipificado no Inciso 1º do Artigo 35 da Lei N° 11.343, sobre associação criminosa para o tráfico de drogas. “Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei”. A pena é de três a dez anos de reclusão, e multa de R$ 700 a R$ 1,2 mil.

O crime tipificado no Inciso 1º do Artigo 33 também é imputado, referente à produção e comercialização de tráfico de drogas: “Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. A pena é de cinco a 15 anos de reclusão, e multa de R$ 500 a R$ 1,5 mil.

O mandado de prisão também ordena que operadoras de telefonia disponibilizem informações sobre os alvos dos mandados. Após a prisão preventiva, todos serão encaminhados ao sistema prisional do Amazonas.

Trajetória
Djidja Cardoso, de 32 anos, faleceu na terça-feira, 28, na casa onde morava, no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus. Segundo a polícia, a “causa da morte ainda não foi determinada e só poderá ser confirmada após a realização do exame necroscópico”. Uma equipe policial esteve na residência da empresária para iniciar os procedimentos investigativos necessários.

Um relatório preliminar do Instituto Médico Legal (IML) indica que a causa da morte é considerada “indeterminada”, causada por “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares; congestão e edema cerebral”.

A morte da empresária revelou conflitos familiares que antes eram conhecidos apenas nos bastidores. No Facebook, a empresária Cleomar Cardoso, tia de Djidja, acusou a mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso, e funcionários do salão Belle Femme de omissão de socorro por impedirem a internação da vítima, que era dependente química. Djidja era proprietária da unidade do salão em Manaus.

“A casa dela [de Djidja] na Cidade Nova se tornou uma ‘cracolândia’. Toda vez que tentávamos internar a Djidja, éramos impedidos pela mãe e pela quadrilha de alguns funcionários que fazem parte do esquema deles. A mãe dela sempre dizia para nós não interferirmos na vida deles e que ela sabia o que estava fazendo, ficamos de mãos atadas. E está do mesmo jeito lá, todos se drogando na casa dela”, afirmou.

Familiares alegam que Djidja, sua mãe Cleusimar, e seu irmão Ademar, juntamente com uma cunhada, usavam substâncias ilícitas em rituais para alcançar uma “catarse” e se conectar com seu verdadeiro eu e com o além, além de acreditarem que se curavam de doenças e mazelas usando drogas e medicamentos.

Um Boletim de Ocorrência (B.O) registrado no dia 24 de abril deste ano, no 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), em Manaus, mostra que familiares denunciaram o cárcere privado de Djidja. Tias de Djidja acusaram o irmão Ademar de ser o fornecedor de drogas.

“As comunicantes informam que a Sra. Dilemar Cardoso, vulgo Djidja, encontra-se em estado lamentável por estar sendo usuária de drogas e que ninguém permite que esta receba visitas e esta não pode sair de casa já que se encontra em estado de entorpecida, que a família toda é usuária e não permitem que esta receba ajuda”, diz um trecho do B.O.



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