De Navegantes (SC) para Gavião Peixoto (SP). Esse foi o primeiro voo em espaço brasileiro realizado pelo Gripen. A aeronave, produzida juntamente com a empresa sueca Saab, faz parte de uma parceria que prevê a construção de 36 caças. O primeiro Gripen chegou ao País no domingo (20) após ter sido transportado de navio da Suécia.
A aeronave ficará no Centro de Ensaios em Voo do Gripen, na planta da Embraer, em São Paulo. A estrutura foi construída para a transferência de tecnologia, suporte e atualizações no ciclo de vida da plataforma na Força Aérea Brasileira (FAB).
De acordo com o Ministério da Defesa, a aeronave, desenvolvida conjuntamente pelo Brasil e pela Suécia, será a espinha dorsal da Aviação de Caça da Aeronáutica, como a mais moderna e avançada plataforma multimissão que atuará na defesa do espaço aéreo brasileiro.
“A chegada da primeira aeronave Gripen para o Brasil é de suma importância”, disse o Major Brigadeiro, Valter Borges Malta, Presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate. “Com isso, a indústria nacional vai ter a oportunidade de participar do desenvolvimento não só da própria aeronave como de integração de sistemas, de armamentos, em suma, representa muito para Força Aérea Brasileira, representa muito para o Brasil, pois ela está trazendo não só defesa aérea, mas está agregando a indústria nacional junto com o desenvolvimento desse programa”, afirmou.
A Saab é a responsável por desenvolver a aeronave em parceria com a indústria aeroespacial brasileira que, dentro de um programa de transferência de tecnologia, prepara-se para produzir partes e montar as últimas unidades Gripen no Brasil.
Ao todo, serão produzidas 36 aeronaves, sendo 28 de um assento e oito aeronaves com dois assentos. “As últimas 15 aeronaves serão produzidas integralmente dentro das instalações da empresa Embraer no conjunto com todas as empresas que estão participando do desenvolvimento do programa Gripen junto com a empresa Saab sueca”, explicou o Major.
“O projeto de aquisição desses meios traz consigo as atividades de transferência de tecnologia, de compensação, e no caso, treinamento, transferência de conhecimento e, principalmente carga de trabalho”, pontuou Malta.
Os caças brasileiros Gripen E/F são desenvolvidos e produzidos em colaboração com técnicos e engenheiros brasileiros. A expectativa é que, a partir de 2021, a montagem completa de 15 aeronaves tenha início no Brasil.
O avião será apresentado à sociedade em Brasília (DF), no dia 23 de outubro, data em que é comemorado o Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira.
Confira o primeiro voo do Gripen em solo brasileiro:
Caça Gripen
O novo caça possui um raio de ação de até mil quilômetros. Com sistema de reabastecimento em voo, o Gripen será capaz ainda de defender o espaço aéreo em pontos remotos, aumentando a capacidade operacional da FAB.
“A aeronave Gripen é extremamente versátil. Ela tem capacidade para ser operada em pistas normais, pistas regulares, pistas curtas e até em autoestradas. Isso faz com que essa aeronave conjugada à capacidade que a aeronave KC 390 tem de abastecê-la em voo faz com que em apenas um voo a aeronave Gripen tenha condições de progredir em todo território nacional com velocidade e alcance”, explicou o Major.
O Gripen é um modelo supersônico monomotor projetado para missões ar-ar, ar-mar e ar-solo, em todas as condições meteorológicas, segundo informações do Ministério da Defesa. O caça multimissão atinge duas vezes a velocidade do som e nove vezes a força da gravidade, quando em manobra. Além disso, conta com radares de última geração, sistemas embarcados e capacidade para empregar armamentos de fabricação nacional.
Com informações da FAB e do Ministério da Defesa