A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), enviaram sementes ao espaço com o objetivo de desenvolver culturas que se adaptem à mudança climática.
As sementes dos laboratórios de agricultura e biotecnologia das agências estão viajando para a Estação Espacial Internacional enquanto os líderes se reúnem na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP27) em Sharm El Sheikh, no Egito.
Arabidopsis e sorgo
Sementes de Arabidopsis, uma planta regularmente usada em experimentos genéticos devido às suas características, e sorgo, um grão com diversos nutrientes usado para alimentação humana, ração animal e etanol, serão expostos dentro e fora da Estação Espacial Internacional por aproximadamente três meses à microgravidade, uma mistura complexa de radiação cósmica e temperaturas extremamente baixas.
Após o seu retorno, os cientistas do Centro Conjunto FAO/Aiea de Técnicas Nucleares em Alimentação e Agricultura vão monitorar os grãos e as plantas em busca de características úteis para entender possíveis mutações e identificar novas variedades.
As novas variedades podem ajudar agricultores e tomadores de decisão, que precisam fazer mudanças e investimentos substanciais na adaptação a um clima em mudança, a sustentar a produção e a qualidade dos alimentos.
Experimentos espaciais
A pesquisa em andamento é baseado em quase 60 anos de ação conjunta das agências na indução de mutações em plantas e desenvolvimento novas variedades de culturas agrícolas.
Este experimento será a primeira vez que a Aiea e a FAO realizarão análises genômicas e biológicas de sementes expostas à mutagênese espacial. Na Estação Espacial Internacional, as sementes serão expostas a condições únicas que não podem ser reproduzidas em laboratório na Terra.