Com o aumento alarmante no número de casos de peste suína africana na Europa – foram 71 mil casos registrados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) neste ano – o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulga o Plano de Contingência para Peste Suína Africana (PSA) no Brasil.
O documento foi elaborado pelo Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, com a contribuição de diferentes agentes do serviço veterinário oficial brasileiro, de instituições de ensino e de pesquisa e de entidades representativas do setor privado (produção e indústria).
O plano contém os princípios, as estratégias e os procedimentos para a contenção e a erradicação de focos da doença, que é inofensiva para os seres humanos, mas altamente contagiosa entre os animais.
De acordo com o órgão, em caso de registro de PSA no País, será declarado estado de emergência zoossanitária e terá início o conjunto de atividades descritas nos planos de contingência, com o objetivo de eliminar a doença e as graves consequências econômicas e sociais que podem ser causadas por ela.
Com o aumento das doenças infecciosas transmitidas de animais para pessoas, o descontrole da disseminação do vírus preocupa as autoridades. “O número de casos e áreas afetadas está aumentando apesar de nossos esforços, e os países têm grandes dificuldades em controlar e eliminar a doença”, disse Gregorio Torres, chefe do departamento científico da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), em setembro deste ano.
Exercício simulado de emergência zoossanitária
Para exercitar o conteúdo do plano, incluindo as responsabilidades e atribuições dos diferentes atores envolvidos, o Mapa e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), com apoio da iniciativa privada estadual, realizarão um exercício simulado de atuação frente a ocorrência de peste suína africana, no período de 19 a 26 de novembro.
Participarão nesse simulado, cerca de 180 servidores do serviço veterinário oficial (SVO) das 27 unidades da Federação, além de representantes da Defesa Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Exército Brasileiro, iniciativa privada, Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e do SVO de países vizinhos.
O diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes, ressaltou que “as medidas sanitárias servem para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, febre aftosa e influenza aviária, já que os protocolos são semelhantes e o caráter de emergência é o mesmo”.
Sobre a doença
A Peste Suína Africana é uma doença viral que não oferece risco à saúde humana, mas pode dizimar criações de suínos. No Brasil, o último foco da doença foi registrado em 1981 e o país foi declarado livre da PSA em 5 de dezembro de 1984. Até o momento, não existe vacina com eficácia comprovada contra a PSA.