Alessandra, Joana Darc e Saullo Vianna acusam colegas deputados de ‘golpe’ na ALE
3 de dezembro de 2020 no Política
Deputados estaduais Amazonas
Deputados estaduais votaram nesta quinta-feira, 3, uma PEC que adia escolha da Mesa Diretora (Foto: ALE/Divulgação)
Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Com 16 votos favoráveis e quatro contra, os deputados estaduais do Amazonas aprovaram, na tarde desta quinta-feira, 3, uma PEC (Proposta de Emenda a Constituição) que autoriza que a eleição da Mesa Diretora da ALE (Assembleia Legislativa do Amazonas) seja realizada dentro dos 30 dias que antecedem a última sessão ordinária do ano. A eleição será realizada na tarde deste quinta-feira, 3.
Os deputados Alessandra Campelo (MDB), Joana Darc (PL), Abdala Fraxe (Podemos) e Saullo Vianna (PTB) votaram contra a proposta sob alegação de que ela tramitou na CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) em três minutos antes de ser aprovada. Eles também acusaram os colegas de praticar “golpe” contra o governador Wilson Lima (PSC).
A PEC, que tramitou em regime de urgência, tem como autores os deputados Adjuto Afonso (PDT), Álvaro Campelo (PP), Carlinhos Bessa (PV), Delegado Péricles (PSL), Fausto Junior (PRTB), Roberto Cidade (PV), Sinésio Campos (PV) e Wilker Barreto (Podemos).
O artigo alterado antes previa que a eleição dos membros da Mesa Diretora da ALE ocorreria às 15h do dia em que “ocorrer a última reunião ordinária da Segunda Sessão Legislativa”, ou seja, no dia 17 de dezembro. Com a aprovação da PEC, foi possível adiantar a eleição dos parlamentares que compõem a direção da Casa.
Os deputados da base do governador Wilson Lima na ALE afirmaram que houve traição de deputados. A líder do governo, deputada Joana Darc, disse que o deputado Roberto Cidade (PV), que pretende ser candidato a presidente da Casa, se aliou a deputados de oposição após ter o nome rejeitado pela base do governo para ser o próximo presidente.
“Deputado Roberto Cidade, foi só seu nome não ser escolhido pela base do governo que vossa excelência está compactuando com isso. É muito triste isso que está acontecendo. Está se acovardando agora, traindo seus amigos, seus companheiros”, afirmou Joana Darc.
A líder do governo afirmou que não foi convocada para participar da reunião da CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) realizada nesta quinta-feira que aprovou a proposta. Para Darc, a votação é “ilegal” e contraria o regimento interno da ALE.
A vice-presidente da ALE, deputada Alessandra Campêlo, que era nome cotado para suceder Josué Neto (PRTB), afirmou que Cidade está “unido ao seus algozes” e chamou o deputado Carlinhos Bessa de “pivô articulador”. Campêlo também citou “deputadas que mentem”, mas não citou nenhuma colega.
“Está sendo proposto um golpe à Constituição do Estado, orquestrado, regido por maestros, onde vai se adiantar a eleição da Mesa Diretora da Assembleia com uma chapa que já está pronta a um custo político grande, que foi organizada em reuniões com pessoas que assim agiram para atender a interesses próprios. O objetivo é a cassação do governador do Estado”, afirmou Campêlo.