Após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar a lei amazonense que proibia a instalação dos novos modelos de medidores do consumo de energia elétrica no Amazonas, a preocupação voltou a tomar conta dos moradores do estado, que temem o aumento no valor das contas mensais.
A Lei Estadual 5.981/2022, que proibia a instalação de medidores aéreos de energia no Amazonas, foi considerada inconstitucional por unanimidade dos ministros do STF. A sessão virtual de julgamento ocorreu entre os dias 10 a 17 de fevereiro, mas a decisão só foi publicada nesta quarta-feira (22) no sistema da alta corte.
A decisão põe fim a uma luta travada entre a concessionária Amazonas Energia e políticos do estado que, atendendo anseios da população, tentavam impedir a mudança nos contadores. Agora, a empresa está autorizada e amparada legalmente a mudar todo o atual sistema para o Sistema de Medição Centralizada (SMC), os chamados ‘medidores inteligentes’ ou ‘medidores voadores’.
POPULAÇÃO RECLAMA – Desde que decidiu mudar o sistema de medição do consumo, a Amazonas Energia tem sido acusada de aumentar estrondosamente as contas de luz dos domicílios que já contam com o medidor aéreo.
No Cidade Nova, bairro da zona norte de Manaus, moradores viram suas contas saltarem de cerca de R$ 500/mês para mais de R$ 2.300, um aumento de 430% em 30 dias.
Além das cobranças exorbitantes, inúmeras fiscalizações feitas por órgãos como o Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas (IPEM) reprovaram os novos aparelhos por problemas, entre eles, erros na medição.
Agora, refém da concessionária, a população do Amazonas teme ver suas contas saltarem a partir da instalação do SMC.
‘A gente já paga caro, com esse novo sistema nosso dinheiro vai ser só pra pagar conta de luz. Ou então vamos voltar pra época da vela e do lampião, porque ou a gente vai pagar luz ou vai comer e pagar outras contas’, diz um morador.