Após imagens dos 12 policiais suspeitos de terem envolvimento com a chacina na AM-010, que aconteceu na última semana, serem divulgadas à imprensa na terça-feira (27), a Associação das Praças da Polícia e Bombeiro Militar do Amazonas (APPBMAM) divulgou uma nota repudiando portais de notícias por cobrir o caso e defendeu os acusados.
O documento foi divulgado no perfil do Instagram da APPBMAM na quarta-feira (28). O texto destaca que “o policial militar é um cidadão e, nessa condição, possui direitos constitucionais que devem ser respeitados, dentre eles o respeito à sua imagem e o de não ser considerado culpado antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.
Os PM´s investigados foram presos no último sábado (24), em Manaus. No pedido de prisão, o delegado Danniel Antony destaca a ligação dos PM´s com o caso.
“Há uma relação entre os investigados com os indícios encontrados pela investigação, pois os policiais agiram de maneira concatenada, em atividade típica de grupo organizado e que a liberdade dos suspeitos pode prejudicar as investigações”, disse.
Somado a isso, ao acatar o pedido de prisão dos PM´s, a juíza Dinah Câmara Fernandes considerou que elas são necessárias para que as investigações sejam concluídas, já que há risco de fuga dos suspeitos ou possível tentativa de destruição de provas.
Porém, na nota a APPBMAM alega que os policiais “sequer foram denunciados, não sendo possível afirmar se serão levados a julgamento” e que seria ilegal “ a exibição dos seus corpos à curiosidade pública”.
Além disso, seis dos 12 policiais da Rocam já eram réus junto à Justiça do Amazonas, por crimes de homicídio e tortura.
Com isso, faz-se necessário relembrar que é dever da imprensa noticiar todo assunto de interesse público, fazendo jus a liberdade de imprensa, que é garantida em lei.
Segundo a a Lei Nº 2.083/1953, artigo 1°, apenas é proibida a publicação e circulação de jornais e outros periódicos quando clandestinos, isto é, sem editores, diretores ou redatores conhecidos, ou quando atentarem contra a moral e os bons costumes.
Sobre as investigações
Atualmente os 12 policiais permanecem presos no quartel da Rocam na capital amazonense. Os PMs começaram a ser investigados após um vídeo dos militares abordando duas das vítimas começar a circular nas redes socais e levantar suspeitas.
Além disso, neste domingo (25), um vídeo em que as viaturas da Rocam ‘escoltam’ o carro das vítimas em avenida que dá acesso à rodovia AM-010 também começou a circular na internet e reforça a teoria de que os agentes tiveram algum envolvimento com o crime.