Três pessoas morreram e outras três ficaram feridas nesta sexta-feira (23) no centro de Paris, baleadas por um francês que, segundo o ministro do Interior do país, queria “atacar estrangeiros” e supostamente agiu sozinho.
O ataque aconteceu pouco antes do meio-dia local, na rua Enghien, localizada no 10º distrito da capital francesa, em um bairro repleto de bares, lojas e população de origem curda.
O detido, um maquinista aposentado de 69 anos, havia sido condenado por atos de violência de viés racista em 2016 e 2021.
Três pessoas morreram: duas em frente a um centro cultural curdo e outra em um restaurante”, informou o ministro Gérald Darmanin, que visitou o local do ataque.
Entre os três feridos, um está em cuidados intensivos e os outros dois apresentam ferimentos graves. O autor dos disparos também ficou ferido e foi internado, segundo a prefeita do 10º distrito, Alexandra Cordebard.
Manifestantes curdos que se reuniram no local para protestar contra o ataque entraram em confronto com os policiais que formavam um cordão de isolamento em torno do ministro Darmanin.
O presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou no Twitter o que chamou de “ataque odioso contra os curdos da França”, e a primeira-ministra Élisabeth Borne classificou o ocorrido como um “ato atroz”. Ambos expressaram apoio às vítimas.
O ataque desta sexta-feira ocorre menos de um mês após o 10º aniversário do assassinato, em 9 de janeiro de 2013, de três ativistas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no mesmo bairro.
Violência armada
O Ministério Público de Paris abriu uma investigação por homicídio, tentativa de homicídio, violência intencional com armas e violação da legislação sobre armas.
Segundo a mesma fonte, o suspeito havia sido condenado em junho a 12 meses de prisão por atos de violência com armas ocorridos em 2016. Ele recorreu da condenação.
O suspeito também foi indiciado, em dezembro de 2021, por violência com armas, com premeditação e de cunho racista. Inicialmente em prisão preventiva, ele foi libertado em 12 de dezembro sob fiança, como exige a lei, e colocado sob supervisão judicial, acrescentou a promotoria.
Em 2017, o suspeito foi condenado a seis meses de prisão com sursis por posse de armas. O pai do atirador o descreveu como um homem “tranquilo, realmente retraído”, que “não vivia como todo mundo. Está louco, demente”, afirmou o familiar, de 90 anos.