Auxílio emergencial de Bolsonaro paga sete Big Macs; o de Biden, 247 lanches, 35 vezes mais

Você aí talvez esteja pensando “mas que comparaçãozinha sem pé nem cabeça, auxílio emergencial e Big Mac, o repórter pirou”? Diga isso à revista “The Economist”. Desde 1986, a mais influente revista de economia do mundo usa o preço do lanche, vendido em praticamente todos os países, para aferir o pomposo “Poder de Paridade de Compra” de cada moeda. Traduzindo o economês, é uma maneira de se estimar o poder aquisitivo de cada cidadão do mundo.

Em janeiro de 2021, cada lanche custava no Brasil R$ 21,90. Para americanos, US$ 5,66. Ou seja, cada real tem o mesmo poder de compra de US$ 3,87. Um valor 31% abaixo dos US$ 5,62, cotação da moeda americana no fechamento à vista de terça-feira (16).

Obviamente, quem receber o novo auxílio emergencial não sairá comprando o “número um” no Brasil. Vai atrás de arroz, feijão, com algum esforço, carne. Mas, para base de comparação, os R$ 150 da maior parte de 20 milhões de recebedores seriam capazes de comprar sete lanches do McDonald’s (para sermos mais exatos, 6,8). Já os R$ 250 de 16,7 milhões de famílias, 11 sandubas. E os R$ 375 para 9,3 milhões, 17 Big Macs.

Já nos Estados Unidos, cada um dos cheques enviados pelo presidente Joe Biden pagaria por nada menos que 247 Big Macs. Ou seja, 35 vezes mais sanduíches do que o valor recebido pela maior parte de quem receberá auxílios emergenciais nessa próxima leva, no Brasil.