Por conta de bactérias presentes na farinha, a nutricionista Fabiana Cortez recomenda que seja feito o processo de torra.
REDAÇÃO – JORNALISMO@PORTALAMAZONIA.COM
04/04/2022 18:00 | Atualizado 04/04/2022 18:00
A farinha é um dos alimentos mais consumidos na Região Norte, principalmente no Amazonas e no Pará. Mas como todo alimento, é necessário muito cuidado e atenção quando se trata de higiene alimentar.
O Portal Amazônia conversou com a nutricionista Fabiana Cortez, que expôs o que a nutrição pensa sobre esse alimento e o motivo do cuidado antes do consumo.
Foto: Divulgação
Segundo a especialista, a farinha não é considerada um alimento essencial, por não possuir nenhum nutriente e pelo seu excesso de carboidrato. Apesar de estar presente constantemente na mesa dos amazonenses, não é um alimento indicado pelos nutricionistas.
“Posso dizer que ela não faz parte da prescrição e cardápio da nutrição. Primeiro, porque ela é, nutricionalmente falando, pobre, não tem muitos nutrientes, a não ser o excesso de carboidrato”,
afirmou.
Mesmo com as críticas por parte dos médicos, ainda assim, a farinha continua sendo muito consumida na região norte, no entanto, é necessário ressaltar que não é recomendada, por possuir muitos malefícios para a saúde.
“A farinha tem o potencial de causar muita azia, estufamento abdominal, prisão de ventre, além do mais, as pessoas costumam consumir uma quantidade excessiva de farinha, e ainda fazem farofa e sabemos que no preparo de farofas, é necessário muita gordura, então é adicionado ainda mais calorias nesse carboidrato”, afirmou a nutricionista.
Outro alerta é para quem precisa perder peso.
“Principalmente, para quem tem problemas de peso, pacientes que estão em dieta hipocalórica, que precisam emagrecer, logo, precisam evitar farinha. Até mesmo aqueles que possuem diabetes, precisam evitar e talvez até eliminar a farinha do cardápio”,
afirma Fabiana Cortez.
Mas afinal, que bactérias na farinha podem causar câncer no estômago?
Todo alimento precisa ser higienizado antes de ser consumido, até mesmo a água que bebemos, pois, na maioria das vezes é possível estarem sujos e contaminados com bactérias, podendo se instalarem no estômago e causar doenças, como por exemplo a bactéria do H. Pylori. É uma bactéria que se aloja no estômago, onde prejudica a barreira protetora e estimula a inflamação, podendo provocar sintomas como dor e queimação abdominal, além de aumentar o risco para o desenvolvimento de úlceras e câncer.
A farinha é um desses alimentos que possui muitas bactérias, devido ao seu processo de produção, que sendo feito de modo artesanal, acaba possibilitando uma grande contaminação bacteriana.
Foto: Reprodução – Bernardo Oliveira/Instituto Mamirauá
Por esse motivo, a nutricionista Fabiana Cortez recomenda que a farinha seja torrada antes de ser consumida.
“Sempre recomendamos que as farinhas sejam torradas antes do consumo. Esse processo de torra, faz com que se elimine bactérias e uma série de outros contaminantes que a farinha tem. Atualmente, o Amazonas é o número 1 do país em câncer de estômago e isso é resultado, na maioria das vezes, dessas bactérias presentes na farinha e em outros alimentos. Pois aqui na região há uma alta incidência de h. pylori e essa bactéria pode, na maioria dos casos, evoluir para um câncer de estômago. Por isso é recomendado que a farinha seja torrada antes de ser consumida. A recomendação vale para qualquer tipo de farinha. É necessário que ela passe por esse processo de torra e seja armazenada em um pote muito bem fechado, para evitar que seja recontaminada”,
ressaltou.