Dados preliminares do Programa Nacional de Imunizações (PNI) indicam que o Brasil ainda não atingiu a meta de cobertura vacinal para a maioria dos imunizantes do calendário básico infantil em 2022. A BCG é a única vacina que contou com cobertura superior a 90%.
De acordo com a análise, divulgada pelo Observa Infância da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na terça-feira (6), apenas as regiões Sul e Sudeste não atingiram a meta da BCG, vacina que previne formas graves de tuberculose.
Assim como no cenário nacional, a cobertura da BCG é a melhor colocada entre todas as vacinas do calendário infantil também nos estados.
Até 28 de novembro, Rondônia, Amazonas, Roraima, Amapá, Tocantins, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal registravam vacinação acima da meta de 90%.
Na outra ponta, a vacina contra a febre amarela só chegou a 55% da população-alvo, segundo os dados disponíveis até agora. Para a febre amarela, a meta de cobertura anual é 100%, enquanto para os demais imunizantes do calendário básico – exceto a BCG – a meta estipulada pelo Ministério da Saúde é 95%.
O cenário mais grave é registrado entre as vacinas aplicadas após o aniversário de um ano – tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), tetraviral (que inclui a primeira dose da varicela, além de sarampo, caxumba e rubéola) e hepatite A – que estão com cobertura inferior a 50% da população-alvo.
“Ao longo da última década, o que vemos ano após ano é um cenário de queda constante nas taxas de vacinação”, afirma Patricia Boccolini, coordenadora do Observa Infância.
Menor cobertura vacinal
A tríplice viral, aplicada a partir dos 12 meses de idade, tem a menor cobertura do calendário básico infantil.
Segundo os dados disponíveis até novembro, duas de cada três crianças no Brasil não completaram a imunização contra sarampo, caxumba e rubéola ao longo do segundo ano de vida.
Já a cobertura dos imunizantes previstos no calendário para bebês menores de um ano ficou abaixo da meta em todos os casos, mas os registros indicam maior adesão à vacinação nessa faixa etária.
A cobertura nacional contra DTP (difteria, tétano e coqueluche), poliomielite, PCV (pneumocócica), MenC (meningite C), hepatite B e Hib (Haemophilus influenzae tipo B) ficou acima de 70%, mas ainda está longe da meta