O presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu, na última quinta-feira (24), com comandantes das Forças Armadas no Palácio da Alvorada. O encontro aconteceu um dia após o chefe do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes, indeferir a ação do partido de Bolsonaro que contestava o resultado do segundo turno das eleições.
O encontro ocorre no momento em que bolsonaristas cobram as Forças Armadas para que promovam um golpe que impeça a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro teve uma inédita derrota para um presidente que disputava a reeleição no país.
Esses atos antidemocráticos em frente a quartéis e em rodovias do país têm ocorrido sob uma escalada de violência que inclui ações lideradas por homens encapuzados e armados, uso de bombas caseiras, saques e depredação de caminhões.
Também há registros de ataques a agentes da Polícia Rodoviária Federal e a caminhoneiros, incluindo um que foi atingido por pedradas ao tentar furar um dos bloqueios. Nesta quinta, pouco depois de os militares deixarem o palácio, a assessoria de Bolsonaro anunciou que está prevista a participação dele em um evento na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) no próximo sábado (26), em Resende (RJ).
Um dia antes, na quarta (23), Alexandre de Moraes rejeitou o pedido do PL para que parte dos votos fossem anulados e condenou a coligação de Bolsonaro, formada por PL, PP e Republicanos, ao pagamento de multa no valor de R$ 22.991.544,60 por litigância de má-fé.
Ele também determinou o bloqueio dos fundos partidários das três legendas até o pagamento da penalidade imposta. Além disso, por entender que na iniciativa encampada pelo PL houve ‘finalidade de tumultuar o próprio regime democrático brasileiro’, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, será alvo de investigações no STF (Supremo Tribunal Federal), no inquérito das milícias digitais, e no TSE.
O bloqueio do fundo partidário de PL, PP e Republicanos aprofundou a divisão entre os partidos que apoiaram Bolsonaro.
O PP e o Republicanos preparam um recurso ao TSE. Eles alegam não ter nenhuma ligação com os movimentos de contestação das urnas e afirmam reconhecer o resultado da eleição. Dessa forma, os partidos deixam Valdemar e a legenda do presidente isolados na ação golpista patrocinada por Bolsonaro.
Os partidos ainda discutem como vão recorrer da determinação do ministro. Uma das possibilidades é levar uma representação ao TSE para que a coligação não seja considerada de maneira única na ação apresentada pelo PL.
Com informações EM TEMPO