A busca por exames preventivos de câncer de próstata nos últimos dois anos cresceu 82%, segundo dados da BP Medicina Diagnóstica, o centro de diagnósticos e terapias da ‘A Beneficência Portuguesa de São Paulo’ (BP). A doença ocupa segundo lugar em mortalidade por câncer, atingindo mais de 16 mil homens anualmente.
Alguns fatores de risco são a idade, hereditariedade, tabagismo, sedentarismo e obesidade. A gravidade dos números sobre a doença levou à criação do ‘Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata’, em 17 de novembro. O objetivo da data é chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce da principal enfermidade que atinge a população masculina.
Na fase inicial, o câncer de próstata geralmente não apresenta sinais ou sintomas, mas conforme a progressão da doença, os principais sintomas são dificuldade para urinar, sangue na urina e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.
“Quando ocorrem sintomas normalmente é sinal de que o câncer não é mais precoce e as chances de cura caem”, alerta o oncologista Fábio Schutz, coordenador médico do Centro de Oncologia e Hematologia da BP, eleito Top 4 entre os principais centros especializados no tratamento de câncer no país, segundo ranking da revista Newsweek, conceituada publicação norte-americana.
Diagnóstico
Uma das primeiras formas de rastreamento da doença é o exame de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico), que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata. Em níveis altos dessa proteína, o resultado pode significar a presença de nódulos benignos ou malignos (câncer) e desta maneira indicar a biópsia para melhor avaliação.
Outro exame que é realizado pelo urologista para rastreamento é o exame de toque retal, que consiste na avaliação médica do tamanho, forma e textura da próstata, de forma que o médico poderá avaliar presença e tamanho de nódulos suspeitos em relação às estruturas adjacentes da próstata, podendo desta maneira estimar ou suspeitar de um tumor mais ou menos avançado.
Segundo o médico da BP, estes exames isolados não fazem o diagnóstico do câncer, mas podem auxiliar na investigação.
“O toque retal faz parte do exame físico do paciente e dura questão de segundos, causando pouco incômodo. Em alguns casos pode ser também indicada a ressonância da próstata. Entretanto, o diagnóstico da doença só é feito a partir da biópsia da próstata, que normalmente é solicitada dependendo da alteração do toque retal ou do PSA”, explica o especialista.
Tratamento
Para iniciar o tratamento de câncer de próstata, é necessário identificar o estágio em que o tumor se encontra. Quando ele está localizado apenas na região da próstata, normalmente é recomendado a cirurgia de remoção da próstata ou também a radioterapia local.
A cirurgia de próstata pode ser feita por via aberta, vídeo-laparoscopia ou através de cirurgia robótica, que é menos invasiva, menos traumática e de rápida recuperação.
Já a administração de terapia hormonal é indicada em casos de tumores de estágios localizados tratados com radioterapia e também em casos de estágios mais avançados da doença, como por exemplo a presença de metástases. O objetivo da terapia hormonal é reduzir e bloquear os níveis de testosterona do paciente.
Existem ainda casos em que o câncer de próstata é considerado de muito baixo risco e nestes casos pode-se inclusive fazer uma estratégia de vigilância ativa com seguimento periódico de perto, e quando necessário indicar algum tratamento ativo para o câncer de próstata localizado como a cirurgia ou a radioterapia.
Segundo Schutz, a recomendação é de que o paciente faça exames preventivos anualmente a partir dos 50 anos. Para pacientes de alto risco, como histórico familiar ou homens de pele negra, a partir de 45 anos.
“De uma maneira geral, podemos dizer que quando diagnosticado e tratado precocemente as chances de cura são altas”, finaliza o médico da BP.