O Centrão ameaça embutir na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. Está regra obrigaria o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a pagar as emendas do orçamento secreto nos próximos anos. A proposta foi feita como resposta à investida do PT de retirar o programa Bolsa Família do teto de gastos de forma permanente e dar a Lula uma licença de R$ 200 bilhões em gastos extras logo no início de seu mandato.
A proposta foi apresentada na última quarta, 16, pela equipe de transição e entregue aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O texto deve começar a tramitar pelo Senado, mas é na Câmara que Lula enfrenta o maior dificuldade.
Se a proposta passar pelo Senado, o presidente eleito dependerá de Lira para pautar a PEC e aprovar o conteúdo até dezembro. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), defendeu a inclusão da chamada “impositividade” das emendas do orçamento secreto na PEC.
Atualmente, os recursos são liberados conforme a indicação de deputados e senadores e pagos pelo governo do presidente Jair Bolsonaro em troca de apoio político no Congresso. Neste ano, houve uma tentativa de aprovar uma proposta semelhante na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mas o Legislativo recuou.