Equipe brasileira de Curling, que conta com o amazonense Marcio Cerquinho, disputa competição no Canadá, contra os donos da casa.
O calor amazônico invade o Canadá nesta quinta-feira (11). O amazonense Márcio Cerquinho veste o uniforme do Brasil para a disputa do America’s Challenge justamente diante dos donos da casa. A modalidade? Curling. Isso mesmo, um manauara integra a equipe que disputa o esporte sobre o gelo.
Márcio não é novato no esporte, muito pelo contrário, já carrega dois títulos brasileiros na modalidade e toda a categoria começou quase que por acaso. “Cheguei no Canadá para estudar inglês em 2014, procurei vários lugares para jogar futebol. Era verão quando cheguei e quando acabou a liga de verão não sabia o que fazer, foi quando vi anúncios no Facebook de brasileiros chamando outros brasileiros para jogar, me interessei e fui. De lá para cá me apaixonei pelo esporte, abandonei futebol e estou no gelo de 3 a 4 vezes por semana”, relembrou Márcio. Mas não são apenas os conterrâneos que se espantam ao descobrir que Márcio disputa uma modalidade tão diferente. No Canadá, referência na disputa de curling, o susto também acontece. “A maior reação é por parte dos canadenses quando eu digo que sou brasileiro e estou no clube de curling preparando a pista, ou quando estou em algum campeonato. Eles ficam espantados com a minha desenvoltura em um esporte que não é de um país tropical”, revelou o amazonense, que também ressaltou que os canadenses o apoiam na carreira e ajudam a desenvolver suas habilidades na prática do esporte.
É justamente diante dos donos da casa que o Brasil estréia hoje, no America’s Challenge. Os canadenses são grandes favoritos e o Brasil tenta derrubar a hegemonia dos rivais no esporte. “Estamos em ritmo de treinamento pesado. Treino de manhã e jogo à noite, jogamos contra um time universitário e ganhamos, o que nos dá um pouco de confiança ainda mais para fazer bons jogos contra o Canadá. Foi a primeira derrota do time universitário nesta temporada, significa que houve uma evolução no nosso jogo também”, analisou, confiante sobre a participação na competição, que define o segundo classificado do continente americano no Campeonato Mundial.
Mesmo diante do frio, o amazonense segue com chama da esperança bem acesa quando o assunto é Olimpíadas de Inverno. O atleta acredita que ainda pode disputar a competição e representar o país com o curling. “Estou apostando todas as minhas fichas para jogar em alto nível até às próximas olimpíadas de inverno e classificar o Brasil. É difícil, não há investimento, patrocínio, mas isso não me desanima. Temos que conseguir algum patrocínio para garantir pagar técnico, preparação física e vamos focar esse ano em conseguir algum suporte financeiro para isso, enquanto isso, vou continuar focado em jogar duplas com minha atual parceira e conseguir boa pontuação nos campeonatos mundiais seguintes e estar entre os 12 melhores colocados na próximas Olimpíadas de 2022”, garantiu o amazonense.