Com mandato enfraquecido, Plínio Valério vota contra PEC que garante Bolsa Família e Farmácia Popular

O senador Plínio Valério (PSDB) foi o único parlamentar da bancada do Amazonas no Senado que votou contra a PEC 32/2022, a chamada PEC da transição, proposta que prevê, entre outras coisas, o aumento do Bolsa Família para R$ 600 e a continuidade do programa Farmácia Popular.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) também prevê a retomada de obras inacabadas no governo de Jair Bolsonaro (PL), o pagamento de R$ 150 por criança de até 6 anos a partir de janeiro de 2023 e o reajuste do salário mínimo acima da inflação.

A PEC, que disponibiliza R$ 145 bilhões para o governo Lula (PT) fora do teto de gastos, por dois anos, foi aprovada na última quarta-feira (7) e segue para a Câmara dos Deputados, em Brasília.

No mesmo dia da votação da PEC da Transição, Plínio cobrou atenção para a situação de pobreza da Amazônia já que, segundo ele, milhões de famílias no estado “não têm dinheiro para comprar açúcar, sal e óleo” e estão vivendo abaixo da pobreza.

Apesar da PEC beneficiar a população citada pelo senador, ele recusou a proposta, alegando que o problema está no valor previsto e que “o PT está pedindo muito além do que é necessário”. O posicionamento do parlamentar está alinhado com o de outros senadores que apoiam o atual governo.

“Eu sei que vão dizer que quem votou contra, votou contra o Auxílio Brasil. Faz parte isso. Faz parte. O homem público que tem medo de calúnia e difamação não tem que ser homem público. Portanto, não há o que temer nesta tribuna aqui”, afirmou Plínio.

Aproximação com apoiadores do governo

Em meio a um mandato enfraquecido, o voto contra a PEC da Transição mostra uma tentativa de aproximação de Plínio com os aliados de Bolsonaro (PL), visando a reeleição. O posicionamento do senador foi alvo de críticas pela mídia amazonense.

Após a votação calorosa da proposta, o empresário e jornalista Ronaldo Tiradentes alegou, em seu programa ‘Manhã no Ar’ da última quinta-feira (8), que Plínio foi um “senador apagado nesse primeiro período de quatro anos” e que vem tentando resgatar a sua imagem, principalmente entre os ‘bolsonaristas’.

“No finalzinho do governo Bolsonaro, ele viu que tem um eleitorado muito importante no Estado do Amazonas, sobretudo em Manaus, que é uma cidade que mostrou-se majoritariamente bolsonarista. Mais da metade da população votou no Bolsonaro, e ele vem agora querendo se encostar nessa ala bolsonarista para tentar garantir uma reeleição, exatamente isso. É isso que o Plínio ta fazendo”, afirmou o jornalista.

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