O desmatamento na Amazônia aumentou 150% em dezembro – que compreende o último mês de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro – em comparação com o mesmo período de 2021, segundo um relatório oficial divulgado nesta sexta-feira (6).
O monitoramento por satélite detectou 218,4 km² de cobertura florestal destruída no mês passado na parte brasileira da maior floresta tropical do mundo, segundo dados do sistema de vigilância por satélite Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A área, quase quatro vezes maior do que a ilha de Manhattan, aumentou 150% em relação aos 87,2 km² desmatados em dezembro de 2021, segundo o Inpe. Sobre estes dados, Marina Silva, nova ministra do Meio Ambiente, afirmou em entrevista à TV Globo nesta sexta-feira (6), que essa situação é fruto de um cenário de “incentivo” à destruição da floresta.
“Os alarmes são feitos para que se torne providências para evitar que o desmatamento continue. Nesse caso, os alertas foram feitos, mas não tinha a devida ação por parte do governo”, disse a ministra.
Bolsonaro gerou protestos internacionais durante seus quatro anos no cargo devido a uma onda de incêndios e desmatamento na Amazônia. Sob o seu governo, aliado do agronegócio e negacionista em relação às mudanças climáticas, o desmatamento anual médio na Amazônia aumentou 75,5% em relação à década anterior.
“O governo Bolsonaro acabou, mas sua herança ambiental nefasta ainda será sentida por um bom tempo”, assinalou Marcio Astrini, secretário-executivo da coalizão de grupos ambientalistas Observatório do Clima.