Grande nome da luta contra a escravidão de negros, líder do maior e mais conhecido quilombo da história, Zumbi dos Palmares tem cadeira cativa no hall dos guerreiros que lutaram pelo povo afrodescendente no Brasil.
Neste 20 de novembro, data em que se comemora o Dia da Consciência Negra e que marca os 327 anos sem o líder, Ecoa não poderia deixar de lembrar que, durante quase 20 anos, ele lutou contra investidas de portugueses e holandeses na defesa da sobrevivência de seu povo e pela sua liberdade.
Mas quem foi Zumbi? O historiador goiano Daniel Neves classificou Zumbi como um dos grandes personagens do Quilombo dos Palmares. No entanto, a história de vida dele é bastante imprecisa.
Neves explica que o guerreiro ficou conhecido por perder a vida pela sua causa. “Sabe-se pouco sobre vida dele. Muitas das histórias consideradas verdades até certo tempo estão sendo questionadas por alguns historiadores. Bem recentemente, acreditava-se que Zumbi havia sido sequestrado ainda criança e tinha sido criado por um padre. Esse padre o teria batizado com o nome de Francisco e o alfabetizado”, explicou.
Nessa versão, Zumbi teria fugido do padre quando era adolescente e retornado a Palmares, onde assumiu posição de liderança. A história, no entanto, tem sido questionada por falta de evidências.
“Essa contestação acontece porque o autor do trabalho que sustenta essa versão da história utilizou cartas que somente ele teve acesso e que nunca disponibilizou para mais ninguém. Uma menção a Zumbi é feita pelo rei de Portugal D. Pedro II, em uma carta na qual o rei português propõe perdão para ele caso aceitasse viver como súdito de Portugal. Essa carta faz menção a uma esposa e a filhos de Zumbi e, apesar disso, os historiadores não sabem dizer se, de fato, ele teve esposa e filhos”, diz o historiador.