Erupções na boca podem ser novo sinal da Covid-19

Por conta do novo coronavírus se proliferar quando estão no nariz e na boca do hospedeiro, saúde bucal é fundamental na luta contra a proliferação

Manaus (AM) – Tosse, febre, perda de paladar e olfato. A lista de possíveis sintomas e sinais da Covid-19 só aumenta. Agora, a medicina ganhou uma nova aliada na identificação da enfermidade: a língua.  Erupções na boca foram relatadas por médicos de um hospital de Madri, na Espanha.

Publicado na revista especializada British Journal of Dermatology, o estudo sobre a língua de pacientes diagnosticados com a Covid-19 foi liderado pela dermatologista Almudena Nuño González, do Hospital Universitário La Paz, em Madri, na Espanha.

“Encontramos algumas alterações na língua que até então não tinham sido relacionadas com a Covid-19: é uma língua dilatada, como se estivesse inchada, na qual se veem as marcas dos dentes (como na imagem A), e também pode estar despapilada (como na imagem B), com áreas de seu dorso com pequenas crateras formadas onde as papilas estão achatadas. Vê-se como uma língua com manchas rosadas”, afirma González sobre o novo sintoma do coronavírus.

 

Língua pode apresentar sinais de que pessoa foi contaminada pela covid-19
Língua pode apresentar sinais de que pessoa foi contaminada pela covid-19 | Foto: Divulgação

Segundo a dentista Thaís Rosa, a língua pode causar a existência do vírus no corpo com menor frequência, mas ainda assim, algumas pessoas podem apresentar sintomas na língua. “Existem as manifestações mucocutâneas (pele que protege a parte interna da boca e canto dos lábios) e em cavidade oral (demais partes internas da boca). Na cavidade oral, pode ocorrer boca seca, sensação de queimação, inflamação da língua com a despapilação (com fissuras na língua), inchaço, língua dilatada com marcas dos dentes nos laterais, lesões como úlceras de lábios e gengivite descamativa”.

Apesar do alerta, a dentista diz que os sintomas nem sempre significam contato com a covid-19. “Outras infecções virais também podem manifestar esses sintomas orais. Os sintomas acrescidos da história clínica sugerem a infecção por Covid-19, porém a confirmação se dá por meio de exames laboratoriais”.

Suelem Louise foi contaminada pela covid-19 em janeiro. Ela apresentou os sintomas relatados pela dentista. “No início pensei que eu estava com alguma bactéria. Até pensei em tomar um antibiótico. Então fui ao dentista quando o profissional me disse sobre a possibilidade de ser covid. Fiz os exames e foi constatado que era”.

Higiene bucal

O SARS-CoV-2 é transmitido por meio de gotículas respiratórias liberadas por indivíduos infectados, mesmo que assintomáticos. As cargas virais são altas na cavidade nasal e oral. Por isso, a dentista Thaís Rosa alerta sobre como a escova de dente é um importante aliado contra a proliferação do vírus.

“Os cuidados com a higienização vão além das mãos. É de grande importância, a higienização oral para reduzir o número de partículas virais infecciosas e, consequentemente, o risco de transmissão ou infecção”, explica.

Os cremes dentais também são grandes aliados. “O creme dental funciona de forma semelhante a água e sabão na eliminação do vírus das escovas dentais. Por isso é importante escovar os dentes sempre com a pasta de dente”.

Apesar de as escovas estarem em contato direto com o vírus, a especialista diz que estas não precisam ser descartadas logo após o uso. “Não há estudos científicos que comprovem que o vírus sobreviva por muito tempo em escovas dentais. Fora do organismo a depender da superfície, o vírus sobrevive de horas a alguns dias. Dessa forma, não há necessidade de trocar a escova dental devido a infecção, a troca deve ser realizada de forma regular, a cada dois ou três meses, e assim que você perceber sinais de desgaste das cerdas. Devemos sempre lembrar que o uso da escova de dente é individual”.

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