Pelo menos 18 óbitos em decorrência do novo coronavírus já foram incluídas nos registros. Secretaria de Saúde visita casas para investigar diagnósticos não conclusivos.
Equipes da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) estão realizando visitas em domicílios onde foram registrados óbitos que ocorreram durante o pico da pandemia e tiveram a causa da morte como indeterminada. Com a medida, 18 óbitos ocorridos entre abril e junho foram incluídos no Boletim Epidemiológico desta segunda-feira (10), além de sete ocorridos nas últimas 24 horas, no Amazonas. O total de mortes subiu para 3.384.
A revisão epidemiológica é feita de acordo com os novos critérios do Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, que passou a considerar óbitos por Covid-19 a partir de avaliação clínico-epidemiológica e exames de imagens.
“Nos próximos dias muitos desses óbitos podem ser inseridos como Covid positivo se atenderem critérios como clínico-epidemiológico (contato direto de um caso positivo no período da ocorrência do óbito) e também por exame de imagem”, informou a diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, por meio da assessoria.
De acordo com a subsecretária de Gestão da Saúde, Adriana Elias, com a revisão dos casos, haverá alteração do número de óbitos dos meses anteriores, o que vai refletir nos óbitos acumulados. Ela ressalta que é preciso deixar claro que não há tendência de elevação no número de óbitos registrados no período de 24 horas.
“Com as investigações de óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a vigilância epidemiológica espera esclarecer a causa da morte, dar retorno à família e qualificar os dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde”, diz a nota da Semsa.
Casos da doença no Amazonas
De acordo com o boletim do governo, divulgado na segunda (10), o Amazonas confirmou mais 25 mortes pelo novo coronavírus, e o total de óbitos subiu para 3.384. Conforme o boletim, 7 mortes aconteceram nas últimas 24 horas e outras 18 que estava sob análise tiveram a confirmação nesta segunda. Novos 247 casos da doença também foram registrados, elevando para 107.197 o total de infectados.
O pico da pandemia no estado ocorreu nos meses de abril e maio, quando, somente na capital, foram registradas mais de 1,7 mil mortes pela Covid-19, além dos casos de óbito por motivo indeterminado. Antes da pandemia do novo coronavírus, a média nos cemitérios da Prefeitura de Manaus era de 30 enterros por dia, e chegou a 140 sepultamentos no dia 26 de abril.
Cerca de 20% da população já deve apresentar anticorpos da Covid-19, segundo um estudo desenvolvido pelo chefe do Departamento de Matemática da Ufam, professor Dr. Alexander Steinmetz.
O número de óbitos e novos casos de coronavírus começou a diminuir no início de junho. Neste período, o governo liberou a reabertura gradual do comércio não-essencial. Especialistas apontam que o cenário de constante queda nos números pode ser explicado pela chamada “imunidade de rebanho” – estratégia que parte do princípio de que, uma vez que grande parte da população já tenha sido infectada, indivíduos ainda vulneráveis têm menor chance de contágio.
Para manter a redução dos novos casos, um decreto municipal foi publicado no último dia 31, tornando obrigatório o uso de máscaras em Manaus. A Lei determina o uso da proteção facial nos espaços públicos e privados da cidade e prevê multa a quem desrespeitar a determinação. O valor é uma Unidade Fiscal do Município (UFM), corresponde à 108,95 UFM. A Prefeitura, no entanto, deve realizar, ainda, um estudo para normatizar a fiscalização e aplicação da penalidade.